Termelétrica Jacuí 1 deve receber novos investidores
2006-09-15
Assediada por grandes grupos da Europa, do EUA e do Brasil, a Eleja S/A - controlada pela
alemã CCC Machinery - cedeu: venderá o controle da usina termelétrica Jacuí I, de 350
megawatts, em Charqueadas. Mas ficará com até 30% do capital. Pela negociação, que será
fechada ainda neste mês, a usina terá três sócios. Os outros dois são fundos de investimentos.
Um é do Brasil, que assumirá a gestão de Jacuí I. O segundo é dos EUA. Como teve 254MW/h de
energia contratados por 15 anos em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em
16 de dezembro do ano passado, a usina não deixa de ser um filé. A sua receita vai superar R$
300 milhões/ano."Porém, foi impossível resistir, tivemos de abrir conversações", afirma o
presidente da Eleja, Júlio Magalhães, numa referência ao cerco dos novos investidores. O
cronograma da usina está mantido. As obras devem começar em outubro próximo para o término em
outubro de 2008. Faltam mais 500 milhões de dólares para o fim do empreendimento. Em janeiro
de 2009, Jacuí I precisa estar vendendo energia à Aneel.
"Não há possibilidade de quebra de contratos, as multas e as penalidades são altíssimas",
afirma Magalhães. Jacuí I era obra emperrada havia 20 anos. Cerca de 95% dos equipamentos
foram adquiridos há mais de 15 anos, mas estão aptos para uso, diz o engenheiro alemão Wilhelm
Burg, diretor da Eleja.
Na termelétrica já foram aplicados 200 milhões de dólares. As suas obras civis começaram em
1985. Estão 50% concluídas. Falta terminar também 40% da parte de montagem, hidráulica e
mecânica. Júlio Magalhães foi convidado para integrar o conselho executivo gestor do futuro
sócio-controlador brasileiro.
(Por Denise Nunes, Correio do Povo, 15/09/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp