O plantio da soja transgênica pirata sempre foi um problema oficialmente concentrado no Rio
Grande do Sul. Agora não é mais. Ao anunciar que está disposto a trocar gratuitamente o grão
sem qualidade por sementes certificadas, o governo provocou uma reação em cadeia. Agricultores
de Santa Catarina, do Paraná e dos Estados do Centro-Oeste abandonaram a discrição. Ao assumir
que também sucumbiram à soja maradona, exigem o mesmo direito e chegam a alegar que estão
sofrendo discriminação.
Por enquanto, o Ministério da Agricultura se faz de surdo. Somente para atender à demanda que
se espera dos gaúchos, o investimento do Tesouro é calculado em R$ 60 milhões. As empresas de
sementes prometem praticar preços de mercado nesta operação. Mas também estão de olho na
ampliação do negócio para as grandes áreas do centro do país. Pressão que só contribuiu para
morosidade na divulgação das regras. Está criado um novo impasse.
(Por Carolina Bahia,
Zero Hora, 15/09/2006)