Uma equipe do Ministério do Meio Ambiente - MMA e das secretarias estaduais de Meio Ambiente de Minas Gerais e de Goiás esteve visitando, na última segunda-feira (11/09), as usinas de produção de álcool e açúcar São Martinho e Santa Adélia, instaladas em Pradópolis e Jaboticabal, respectivamente, na região de Ribeirão Preto. A visita, organizada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo - SMA e Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB, foi acompanhada pelo presidente da agência ambiental paulista, Otávio Okano, e pelos gerentes das agências de Ribeirão Preto, Limeira, Araraquara e Piracicaba, e pela assessora da SMA, Patricia Guardabassi.
Segundo Ruy de Góes, da Secretaria de Qualidade Ambiental do MMA, que chefiou a comitiva, os técnicos vieram conhecer a experiência de São Paulo no licenciamento ambiental de usinas e plantações de cana-de-açúcar no estado, visando dar subsíduos a outras secretarias. Além da visita às duas usinas, os técnicos do MMA e dos estados da Região Centro-Oeste reuniram-se, na capital, com o secretário estadual do Meio Ambiente, José Goldemberg, e técnicos do Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental (DAIA), do Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), da Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental (CPLEA) e da CETESB, para discutir, entre outros assuntos, como é feita a fiscalização das usinas, inclusive o controle segundo a norma de aplicação de vinhaça (subproduto da cana) como fertirrigação; a questão da exigência de 20% da área de plantio como reserva legal averbada em cartório; e a preservação e recuperação das matas ciliares; além de uma apresentação dos mapas de expansão da cana no Estado de São Paulo.
Uma preocupação dos técnicos do governo federal é quanto ao processo de expansão da área de plantio da cana, partindo de São Paulo para outros estados brasileiros, principalmente para o Triângulo Mineiro e região de Mato Grosso e Goiás, sem o devido controle ambiental, principalmente sobre o processo de queima da palha e a destinação da vinhaça.
A Usina São Martinho, inclusive, já está instalando uma nova unidade no Estado de Goiás, em Quirinópolis, que deverá entrar em operação até o final de 2008. No entanto, garantem seus representantes, terá 100% de corte da cana mecanizado.
Experiência paulista
Os técnicos do MMA e de Goiás e Minas Gerais ficaram impressionados com as boas práticas agrícolas e de produção de álcool e açúcar das usinas São Martinho e Santa Adélia, que respondem, juntas, por um cultivo superior a 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (dados da safra de 2005/2006), representando uma produção de 600 mil toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de álcool. A Usina São Martinho já responde pela colheita mecanizada em torno de 90% (na Santa Adélia, gira-se em torno de 30%), é a terceira usina no "ranking" brasileiro de moagem e sua unidade de produção de álcool e açúcar é considerada a maior do mundo.
Ambas as usinas já praticam o manejo e conservação do solo para evitar erosões, o manejo integrado de pragas, a rotação de culturas de cana para grãos, preservação das matas ciliares e recursos hídricos, além do uso correto dos defensivos agrícolas e a destinação adequada das embalagens vazias de agrotóxicos. As duas também utilizam a vinhaça - e a torta de filtro, que passa por um processo de compostagem - como fertilizante em suas áreas de cultivo da cana. "Para nós, poluição significa perda", resumiu Vitor Antenor Morilha, coordenador de Meio Ambiente da Usina São Martinho.
(Por Ronaldo Alonso,
Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, 12/09/2006)