Seis mortos e 23 pessoas hospitalizadas em Abidjan, na África, devido à poluição
2006-09-15
As autoridades de saúde da Costa do Marfim continuam a braços com os danos causados pelos resíduos tóxicos despejados em Abidjan, no final de Agosto. As mais recentes informações dão conta de seis mortos, 23 pessoas hospitalizadas e mais de 15 mil que procuraram ajuda nos centros de saúde.
“O recorde das consultas médicas foi atingido ontem e atingiu as 15.749 pessoas”, disse esta manhã o responsável pela comunicação do Ministério da Saúde, Siméon NDa. As autoridades acreditam que o número de pessoas intoxicadas seja inferior ao número das consultas porque vários doentes contactaram os médicos várias vezes.
Hoje, o Ministério da Saúde anunciou o recrutamento de mais de mil médicos actualmente no desemprego para “apoiar” as equipas médicas que cuidam dos doentes. Os habitantes de Abidjan foram intoxicados por toneladas de resíduos tóxicos despejados na noite de 19 para 20 de Agosto na cidade por uma empresa que os descarregou do navio grego “Probo Koala”.
Milhares de pessoas queixam-se de náuseas, erupções cutâneas, diarreia e dores de cabeça. O coordenador das Nações Unidas para as questões humanitárias na Costa do Marfim, Youssouf Omar, disse que uma “porção importante” de resíduos tóxicos foram derramados no mar, na laguna de Abidjan e nas proximidades das zonas agrícolas. Por isso alerta que a poluição entrou na cadeia alimentar.
As autoridades holandesas anunciaram que estão a investigar a empresa que despejou os resíduos tóxicos e que foi acusada da morte de, pelo menos, três crianças. Dois especialistas saíram na segunda-feira da Holanda em direcção a Abidjan para se juntar à equipa da ONU que vai ajudar a limpar os resíduos químicos. “A primeira coisa que vão fazer é olhar para a situação e fazer um inventário das necessidades e problemas.
Dependendo disso, serão precisas medidas”, disse o porta-voz do ministério holandês do Ambiente e Saúde Pública, Jeroen Bos. Na semana passada, o Governo da Costa do Marfim, formado por 32 membros, pediu a demissão, numa altura de revolta da população sobre as mortes e a poluição em Abidjan. A ONU já pediu 40 mil euros para ajudar os hospitais a tratar os doentes.
(Ecosfera, 14/09/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5579.asp