Organizações ecológicas e ambientalistas divulgam uma declaração onde expressam seu mal-estar pelo fato da presidente Michelle Bachelet, apesar de ter manifestado sua posição contrária ao desenvolvimento nuclear no Chile, ter aceitado destinar fundos públicos para estudos tendentes a avaliar a geração nuclear no país.
Para as entidades, o destino de fundos públicos para estudar esta opção energética transgride o ponto nº 07 dos "Acordos de Chagual", comprometidos no dia 21 de novembro passado entre a atual presidenta e organizações ambientalistas.
Os estudos sobre a possível energia nuclear desencadearia uma incógnita sobre o espaço político que a presidente terá para dar cumprimento aos demais pontos do acordo, grande parte dos quais, além disso, são parte do Programa de Governo da presidente Bachelet.
As organizações afirmam que têm a convicção de que a opção núcleo-elétrica não é uma alternativa para o Chile, pelos riscos que implica para a saúde e o meio ambiente, tanto a operação de centrais nucleares, como o transporte, manejo e disposição final dos residuos radioativos no território. O desenvolvimento da energia nuclear também aumentaria a dependencia do Chile de tecnologia e investimentos estrangeiros provenientes da mineração de urânio, importação e transporte do urânio, entre outros.
Finalmente, as entidades fazem uma apelo à cidadania para não se deixar enganar pelo lobby que estariam fazendo alguns parlamentares, ex-funcionários do governo e executivos ligados ao setor industrial, em favor de fabricantes e provedores de tecnologia nuclear.
Assinam a declaração as seguintes organizações: Comitê de Defesa da Flora e da Fauna (CODEFF); Conselho Ecológico do Padro; Conselho Ecológico da Estação Central; Conselho de Defesa de Maipú; Conselho Ecológico da Pintana: Ecosistemas; Delegacia do Meio Ambiente; Fundação Instituto de Ecología Política (IEP); Fundação para a Terra; Fundação Sociedades Sustentáveis; Greenpeace Chile; Programa Chile Sustentável; e a Rede Nacional de Ação Ecológica.
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Adital, 14/09/2006)