Hospitais em Tocantins dão tratamento precário ao lixo e descumprem normas da Anvisa
2006-09-15
As unidades da Rede Municipal de Saúde de Tocantins possuem condições precárias para tratamento de resíduos. A reportagem visitou o Hospital Municipal de Marabá e o Centro de Saúde Pedro Cavalcante, para apurar alguns exemplos da situação. A coordenadora do centro, Ana Claudia, confirma que ali não há equipamento de autoclave, portanto o lixo é recolhido e acondicionado em sacos plásticos por funcionários da limpeza e colocado em um contêiner, depois então recolhido diariamente pelo serviço de limpeza pública da prefeitura.
Luana Tavares Bastos, chefe de Administração do HMM, também confirma que a casa de saúde não tem esterilizador. Ela ainda mostrou à reportagem as dependências do Hospital Municipal e explicou como é cuidado o lixo, sendo que os perfurocortantes, como lâminas e agulhas, são armazenados em caixas de papelão e depois transportados para o lixão pela coleta pública.
O lixão fica próximo ao Distrito Industrial, à margem de uma vicinal de ligação com a rodovia PA-150, e lá os resíduos hospitalares acabam depositados em valas abertas e queimados. De acordo com Luana, os funcionários que realizam a limpeza no HMM são acompanhados pelo coordenador do Departamento de Serviços Gerais.
Ainda segundo ela, o material é acondicionado em sacos com a identificação “resíduo infectante”, para que não se misture com o lixo residencial. Luana informa que até a próxima semana será iniciada no hospital uma campanha para conscientização, com palestras aos funcionários e pacientes a respeito da higiene e limpeza da casa de saúde, devido ao fato dos pacientes jogarem lixo no chão.
Luana observa que o HMM está localizado numa área próxima a lanchonetes e ruas com esgotos a céu aberto, o que facilita a proliferação de bactérias. No entanto, é realizado no hospital um trabalho de desinfecção com uso de cloro e outras substâncias, afastando inclusive as moscas, de acordo com o que a servidora argumenta. Ela informa também que foi proibida a entrada de vendedores ambulantes na área do hospital, para evitar a venda de alimentos manipulados de forma inadequada aos pacientes.
Quanto ao uso dos EPIs (Equipamentos de Segurança Individual), Luana declara que os funcionários da limpeza calçam botas impermeáveis, usam luvas, mas não dispõem das roupas especiais que deveriam ter. A coordenadora acrescenta que não há registro recente de acidente que caracterize contaminação hospitalar. Ela conclui dizendo ainda que o HMM recebe visitas periódicas da Vigilância Sanitária.
(Por Josélio Lima, Correio do Tocantins, 14/09/2006)
http://www.correiotocantins.com.br/novo/novo/interna.asp?cat=CT Online&numero=1559