Operação "Tucunaré" vai mobilizar Forças Armadas para atuar Estados da Amazônia
2006-09-15
Começará, nos próximos dias, a Operação “Tucunaré”. Juntos, Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira vão treinar 3,1 mil homens para atuação em todos os Estados da Amazônia. Até o próximo dia 22, eles estarão no meio da floresta amazônica numa simulação de combate. A operação vai custar cerca de R$ 1 milhão.
O general do Exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, à frente do Comando Combinado Amazônia, criado especialmente para executar a operação, explica que não há um inimigo à vista. Com a criação do Ministério da Defesa, houve a necessidade das Forças Armadas trabalharem juntas e, por isso, são feitas operações desse tipo. Na “Tucunaré”, haverá simulações de combate na selva com direito a deslocamento fluvial, saltos de pára-quedas e missões especiais.
“Nosso objetivo é o adestramento, além de intensificar a presença das Forças no interior da Amazônia”, destaca o chefe do Estado-Maior do Comando Combinado, general-de-brigada Paulo Roberto Ferreira Vianna. As ações estão concentradas próximo ao rio Araguari. “Se antes tínhamos um efetivo de mil homens, hoje são 22 mil aqui. Foi criada uma brigada em São Miguel da Cachoeira e será criada outra em Santa Isabel do Rio Negro, ambas no Estado do Amazonas”, disse o general Cerqueira Filho.
A “Tucunaré” reúne militares vindos de Goiânia (GO), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Recife (PE) e Manaus (AM). A operação será coordenada pelo Comando Militar da Amazônia, com sede em Manaus, e orientação do Estado-Maior de Defesa, que fará o controle político-estratégico. O comandante da 8ª Região Militar e 8ª Divisão de Exército, general-de-divisão Jeannot Jansen da Silva Filho, explica que a logística da operação é complexa. Já foram enviados cerca de 150 veículos militares, cinco balsas, três embarcações regionais e três helicópteros. Os Sistemas de Proteção e Vigilância da Amazônia (Sipam/Sivam), que são parceiros da operação, ainda entrarão com as aeronaves que fazem a vigilância na região e maletas para comunicação via satélite do meio da selva. Além da simulação de combates, a operação também terá ações assistenciais aos ribeirinhos. Haverá serviços médicos e odontológicos e, em parceria com outros órgãos, poderão ser emitidas certidões de nascimentos e cédulas de identidade.
O general Cerqueira Filho explica que o treinamento ajudará no combate ao narcotráfico e crimes ambientais na Amazônia. “Nas fronteiras amazônicas, o combate ao ilícito é fundamental, com fiscalização dos barcos e vigilância dos espaços aéreo e terrestre. E isso é complicado, porque é uma fiscalização para uma área muito ampla”.
(O Liberal – PA, 14/09/2006)
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