A Mezzani, indústria de massas, e a Dauper, fabricante de biscoitos e salgadinhos, adotarão uma política para garantir que
seus produtos não contenham transgênicos. Com isso, elas passam da lista vermelha (indústrias que não garantem produtos sem
transgênicos) para a verde (empresas que dão garantias de uma produção livre de transgênicos) do Guia do Consumidor, do
Greenpeace.
Das 109 empresas que compõem o Guia, 67 estão na lista verde. Além das novas adesões, estão nesta lista gigantes da
indústria alimentícia como Nestlé, Parmalat, Unilever, Sadia e Perdigão, entre outras. Já outras gigantes como Bunge,
Cargill e Vigor continuam na lista vermelha, pois não assumiram o compromisso de levar aos consumidores brasileiros alimentos
livres de transgênicos.
“A mudança de política de empresas como Mezzani e Dauper demonstra que a opinião dos consumidores brasileiros vem sendo cada
vez mais respeitada pela indústria de alimentos. Das 53 empresas da primeira edição do Guia, 74% estavam na lista vermelha.
Agora, essa porcentagem caiu para 38%”, declarou Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do
Greenpeace.
Além da pressão dos consumidores, muitas companhias já perceberam que a produção e a comercialização de produtos sem
transgênicos pode ser uma alternativa econômica vantajosa. É o que mostra o “Relatório Brasileiro de Mercado: a Indústria de
Alimentos e os Transgênicos”, lançado pelo Greenpeace em julho. O estudo se baseia no depoimento de dez fabricantes de
alimentos (Batavo, Brejeiro, Caramuru, Ferrero, Imcopa, Josapar, Perdigão, Sadia, Sakura e Unilever) e três redes varejistas
(Carrefour, Pão de Açúcar e Sonae) que adotaram uma política não-transgênica.
O relatório mostra também que, apesar de ser difícil mensurar o retorno de marketing ou imagem decorrente da adoção dessa
prática, nenhuma das empresas consultadas quis ter seu nome associado aos produtos transgênicos e todas temem a rejeição dos
consumidores.
(Texto do Greenpeace, disponível em
Ecoagência, 13/09/2006)