Uma equipe de técnicos da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM), do Ministério de Minas e Energia, chegou ontem (11/09) a Bagé para estabelecer alternativas de captação e armazenamento de água eficazes no caso de agravamento da estiagem que há mais de dez meses castiga o município. A população de 110 mil habitantes da área urbana enfrenta o racionamento de água, implantado pelo Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb), desde 1º de dezembro. Atualmente, os habitantes são abastecidos durante seis horas por dia, mas há muitos casos em que água só chega às residências com intervalos de dois a três dias, necessitando do apoio de caminhões-pipa. O Daeb dispõe de dois caminhões próprios, de dois cedidos pelos Bombeiros e, quando necessário, de um ou dois do Exército.

A diretora do Daeb, Estefania Damboriarena, vive um misto de preocupação e expectativa, porque com a elevação das temperaturas aumentam o consumo e a evaporação da água. Mas previsões meteorológicas indicam a possibilidade de chuvas intensas de até 100 milímetros nos próximos dias. Enquanto isso, Estefania administra a pouca água disponível para abastecer a população e evitar o esgotamento dos reservatórios para o caso do déficit hídrico persistir, o que poderia levar o sistema de abastecimento ao colapso no próximo verão.

A expectativa é que o governo federal agilize a construção de nova barragem, cujo projeto de engenharia está em fase de licitação. A Barragem do Piray, principal reservatório da cidade, está com 1,70 metro abaixo do nível normal, e a da Sanga Rasa, com 7,80 metros abaixo do nível, foi desativada. A Barragem Emergencial está com 20 centímetros aquém do normal. A antiga pedreira, usada como alternativa para abastecer 20 mil moradores, já baixou 4,70 metros.
(Correio do Povo, 12/09/2006)
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