(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-09-13
O mercado de madeira certificada, ainda tímido no Brasil, começa a ganhar corpo na construção civil, setor responsável pela maior parte do consumo de madeira amazônica. As construtoras paulistas Setin e Tecnum estão avaliando quais de seus atuais fornecedores trabalham com esse tipo de material para iniciar as compras ainda este ano.

A Setin, voltada para empreendimentos residenciais, comprou este ano 100 m3 de compensados para lajes e vigas este ano e pretende comprar de 300 a 500 m3 de madeira bruta certificada em 2007, para uso em andaimes e tábuas. O novo pedido será fechado em três meses. Em menos de um ano, a Setin pretende comprar portas, batentes e rodapés com selo verde, garantia de que ela foi retirada da floresta de forma legal e responsável. "Daqui a dez anos a madeira certificada será tão comum na construção quanto o dry wall, que há nove anos era raro", afirma o presidente e fundador da empresa, Antônio Setin.

Segundo ele, a companhia vai iniciar o consumo aos poucos, à medida que os funcionários se acostumem com o material e os fornecedores se adequem às exigências. Ele diz que além de um prazo mais demorado de entrega (cerca de 40 dias), algumas espécies como peroba, marfim e mogno não existem em abundância na "versão" certificada.

De acordo com Setin, o uso deste material está em linha com outras preocupações da empresa, como o reuso da água e o aproveitamento de energia solar em seus empreendimentos. Hoje, seis obras em andamento da Setin - com 1,2 mil apartamentos - têm estas características, o que equivale a metade das obras conduzidas pela empresa no momento.

Apesar da madeira bruta certificada ser 10% mais cara, a construtora não vai repassar o custo para o consumidor. "O comprador ainda não está disposto a pagar mais, mas percebe o valor deste diferencial", diz.

A Tecnum, que atua na área comercial e residencial em São Paulo há 16 anos, pretende iniciar as compras do material ainda este ano. O primeiro passo será verificar quais de seus atuais fornecedores já são certificados. O diretor de construção da Tecnum, Yorki Estefan, diz que o projeto ainda está em fase embrionária, mas que a empresa já fez um pedido para outubro de 4,5 mil metros quadrados de madeira para fôrmas.

Pioneira nesta área, a Takaoka conclui este mês um dos primeiros projetos com este material no loteamento Gênesis II, em Alphaville, em parceria com a Gafisa. No final do primeiro semestre de 2007, a empresa vai iniciar um projeto residencial semelhante em Porto Alegre (RS), com cerca de 200 m3 de madeira certificada. Como o projeto ainda não foi aprovado, a empresa não revela mais detalhes. Segundo Marcelo Takaoka, presidente, o uso do material certificado é um processo irreversível na construção de alto padrão. "O mercado é muito competitivo e nenhuma construtora vai querer perder pontos com o consumidor", diz.

A Método Engenharia, que faz projetos completos para hotéis, incluindo mobília e decoração, têm dado preferência para móveis certificados, segundo seu sócio fundador Hugo Marques da Rosa. "Um dos nossos critérios para cadastrar nossos fornecedores é a origem da madeira", diz.

A longo prazo, o novo comportamento das construtoras pode mudar o perfil exportador do país na área de madeira certificada. Estima-se que mais de 80% da produção nacional de madeira com selo verde é vendida para países europeus, apesar de o Brasil ser o sexto maior produtor mundial, com uma área de 3,6 milhões de hectares de florestas certificadas com o selo FSC (sigla para Forest Stewardship Council, entidade certificadora fundada há 13 anos no Canadá, com sede na Alemanha). O motivo é o interesse restrito no mercado interno, onde apenas o setor moveleiro tem utilizado o material, como a Etel Carmona e a rede Tok Stok.

A fabricante de madeira certificada Ecolog, com 30 mil hectares de florestas em Rondônia, diz que os projetos de construção envolvem volumes grandes, o que pode ter um impacto positivo em seus negócios, hoje voltados para exportação. Segundo o presidente da Ecolog, Fábio de Albuquerque, sua empresa destina apenas 10 m³ por mês para o mercado interno.

Além do maior interesse, dois outros fatores podem estimular o mercado interno. Um deles é a queda das exportações, devido à desvalorização do dólar. O outro é o aumento das áreas certificadas. "Em janeiro de 2003, existiam apenas 1,3 milhão de hectares certificados. Hoje são quase 4 milhões", diz Karla Aharonian, gerente da EcoLeo, loja do grupo Leo Madeiras, especializada no produto.
(Por Natalia Gómez, Valor Econômico, 13/09/2006)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -