Apesar da publicação no Diário Oficial da União de ontem (12/09) do decreto que implementa o
programa de troca-troca e autoriza o plantio de sementes de soja transgênica próprias na safra
2006/2007 no Rio Grande do Sul, ainda restam dúvidas.
Como será feita a operação o programa que prevê a distribuição de até 92,3 mil toneladas do
produto certificado, mediante troca por variedades piratas? A menos de 20 dias do início do
plantio, ainda não há idéias claras para essa logística.
O decreto informa apenas que a execução do troca-troca será feita pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab). Em comunicado à imprensa, o Ministério da Agricultura acrescenta que "a
Conab poderá fazer parceria com os 400 escritórios da Emater do Rio Grande do Sul" para a
operação. No entanto, nenhum contato oficial foi feito com a instituição até o momento.
- Não podemos nos furtar da discussão, mas tudo deve ser muito conversado - diz o diretor
técnico da Emater, Dirlei Matos de Souza.
Nem mesmo a superintendência da Conab gaúcha tem uma proposta de operacionalização formatada.
O superintendente Carlos Farias afirma que as regras para o programa começaram a ser
formatadas ontem em Brasília e que o Rio Grande do Sul solicitou ser informado sobre o
andamento, a fim de contribuir com sugestões.
Uma reunião, hoje (13/09), em Cruz Alta, com representantes de produtores, cooperativas,
Emater e superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, debaterá o tema. Produtores
e sementeiras, que estiveram reunidos ontem, defendem que primeiro seja informado a demanda.
Interessada no programa, a Associação Nacional dos Produtores de Sementes (Abrasem) solicitou
a extensão do troca-troca para produtores em todo o Brasil.
(
Zero
Hora, 13/09/2006)