Usina BSBio, em Passo Fundo, deve iniciar operações em março de 2007
2006-09-13
Durante quase três meses, os 30 hectares do distrito industrial tomaram forma. Com início em
junho, cerca de 20% da construção está concluída. Obras em andamento, dinheiro parado. Essa
era a realidade até segunda-feira (11/09). Prevista para o início de agosto, a primeira parcela do
financiamento do BNDES para a empresa foi liberada na segunda-feira. Apesar de o valor
do repasse ser mantido em sigilo, a previsão da indústria era de que o pagamento inicial fosse
de R$ 8 milhões. A quantia estará na conta da empresa em até três dias.
Como toda a produção de 2007, cerca de 70 milhões de litros, já foi vendida em leilão para a
Petrobras em julho, a BSBios não interrompeu o andamento das obras. Orçada em R$ 40 milhões, a
indústria começará a operar em março de 2007. Do valor total, cerca de R$ 24 milhões são
financiados pelo BNDES, liberados em quatro parcelas. De acordo com o diretor comercial da
empresa, Erasmo Batistella, os outros pagamentos serão repassados à empresa conforme o
andamento da construção. "A última será liberada no término da obra", explica.
Segunda fase
A conclusão da estrutura, onde serão instalados os equipamentos da usina, será no final deste
mês. A partir de outubro começa a fase de montagem dos cerca de 12 tanques de metal,
fabricados em Erechim, e também importados dos Estados Unidos e da Índia.
Batistella, visitou as obras na semana passada. Segundo ele, a montagem das estruturas deve
iniciar nos primeiros dias de outubro. "Cumpriremos a parte civil da obra, que é a base para
receber os tanques e equipamentos, no período previsto", explica. No distrito industrial,
desde a semana passada, é possível perceber como ficará a estrutura que receberá os
equipamentos.
Canola
Com exceção de 2007, a BSBios produzirá cerca de 100 milhões de litros de biodiesel por ano.
Inicialmente, o combustível será obtido da soja, mas já há projetos de se utilizar canola. Com
uma previsão de serem cultivados cerca de 15 mil hectares, o uso da oleaginosa depende da
semente, importada da Austrália. De acordo com Erasmo Batistella, enquanto da soja se extrai
18% de óleo, da canola chega a ser 40%. "De imediato, não temos outra oleaginosa a não ser a
soja. É o começo. No decorrer dos anos, analisaremos qual a cultura que se adapta e que tem
melhor produtividade na região", revela. O projeto da BSBios é adquirir a semente de canola da
Austrália até outubro deste ano, para iniciar o plantio em maio de 2007 e já começar a
utilizar a canola na produção de biodiesel até o final do próximo ano.
Safra 2008
Tem estrangeiro de olho na produção de 2008. Segundo Batistella, a Europa fez proposta para
comprar todo o biodiesel previsto para ser produzido em 2008, mas a empresa optou por não
assumir o compromisso com o exterior antes do início do funcionamento. "Se tivéssemos
biodiesel hoje, estaríamos exportando. A demanda é enorme e nos dá confiança para investir",
afirma empolgado.
(O Nacional, 12/09/2006)
http://www.onacional.com.br/