Se você perguntar para qualquer aluno da Escola Estadual Rômulo Zanchi qual é o destino adequado para lâmpadas
fluorescentes, pilhas e baterias, eles terão a resposta na ponta da língua: reciclagem. Desde 2004, o colégio está fazendo
uma campanha de conscientização sobre os perigos que as substâncias tóxicas que eles contêm representam para a água e
o solo. De quebra, incentivou alunos e moradores dos bairros João Goulart e Dores a entregar os materiais usados à escola,
para encaminhar à Associação de Selecionadores de Materiais Recicláveis (Asmar).
Recicladores deixaram de receber material
O projeto foi um sucesso até que, no final de agosto, a direção descobriu que a Asmar havia parado de receber os materiais,
já que o transporte até uma usina de reciclagem ou aterro para resíduos perigosos seria muito caro. Agora, dentro do galpão
crioulo da escola, há quase 150 lâmpadas e dezenas de pilhas esperando destino.
- O que nós vamos fazer com tudo isso? - pergunta o diretor do colégio, Oswaldir de Lima Dutra, que encabeçou a campanha
junto com a professora de geografia Izabel Flores.
Para evitar que pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes acabassem no lixo comum, em 2004, a Asmar fez uma parceria com a
prefeitura e cedeu parte de seu pátio para fazer estoque destes materiais. A idéia era que a Secretaria de Proteção
Ambiental fizesse a coleta e definisse o que seria feito.
Na época, havia duas opções: reciclagem ou descarte em um aterro. A segunda opção era a mais viável, já que há lixão para
produtos perigosos em Porto Alegre. O tempo passou, e a Asmar foi recebendo o lixo, mas sua retirada jamais foi definida.
Neste mês, a associação decidiu não renovar a licença que tem com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) para estoque dos produtos.
A decisão foi tomada depois que a associação descobriu que, para encaminhar o lixo tóxico para um aterro em Porto Alegre,
seria necessário pagar R$ 0,60 por lâmpada - e que seriam necessárias 35 mil lâmpadas para fazer o transporte.
- A associação não tem como arcar com essa despesa - diz Margarete Vidal, da coordenação da Asmar.
Atualmente, a Asmar tem 2,5 mil lâmpadas em seu pátio.
(
Diário de Santa Maria, 12/09/2006)