Seminário discute agrobiodiversidade e reforma agrária no Pontal
2006-09-13
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa hoje (13/9), em Mirante do Paranapanema, estado de São Paulo, da abertura do seminário sobre agrobiodiversidade e reforma agrária. Organizado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e organizações locais, discutirá caminhos e modelos para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável para o território do Pontal do Paranapanema.
Como parte da programação, que será realizada no assentamento Che Guevara, no bairro Noêmia, está prevista a inauguração do Banco de Sementes, organizado pelos Cimas (Centro Irradiador de Manejo da Agrobiodiversidade) do Pontal. A iniciativa tem por objetivo dar continuidade ao processo de consolidação dos Cimas, uma parceria do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade do MMA com o Incra. No encontro, também será feito um balanço e debatidas perspectivas para o desenvolvimento agrário e segurança alimentar da região.
Os Cimas têm como objetivo estimular famílias assentadas a praticar atividades agrícolas sustentáveis. Eles já estão implantados em mais de dez estados do País e nasceram com o objetivo de preservar as variedades de sementes crioulas, espécies tradicionais de milho, feijão e mandioca, cultivadas por agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas.
De acordo com o diretor do Programa Nacional da Conservação da Biodiversidade, Paulo Kageyama, o resgate do valor nutricional dos produtos, aliado à agricultura familiar e à proteção da biodiversidade, é considerado fundamental nas políticas integradas que os países podem adotar no combate à fome. "O governo adota ações para inclusão social, o que coloca o País numa posição de destaque no debate do tema", destaca o diretor.
As espécies crioulas têm grande variabilidade genética e são melhoradas pelas comunidades e adaptadas às suas condições socioculturais e ambientais. A adaptação das sementes ao clima local garante maior produtividade. Os centros também incentivam a produção de plantas para uso medicinal, a criação de animais domésticos e práticas de agroextrativismo.
(Por Gerusa Barbosa, Ministério do Meio Ambiente, 12/09/2006)
http://www.mma.gov.br/ascom/ultimas/index.cfm?id=2795