Escola de Carlos Barbosa começa a reaproveitar o lixo orgânico que gera
2006-09-11
A Escola Municipal Padre Pedro Piccoli, no bairro Aurora, introduziu uma novidade interessante: faz a compostagem do lixo
orgânico gerado por alunos, professores e funcionários.
O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. A matéria orgânica,
uma vez exposta ao meio ambiente, entra em decomposição naturalmente.
A diretora da escola, Monica Bragagnolo Dosso, disse que "o projeto faz parte de um maior, o Projeto Cidadania, que define
a postura da escola como um todo".
Uma das atividades foi a arborização da rua Salvador do Sul, onde localiza-se a escola, esclarece a vice-diretora Odete
Melere Dalmoro: "Dentro do Projeto Cidadania tivemos várias atividades, e uma delas era a arborização da rua. Se passou a
estudar sobre a árvore".
A bióloga Diane Blum Künzel esteve falando aos alunos sobre todos os cuidados que se deve ter com uma árvore.
"Toda a rua foi arborizada, com mudas de araçá vermelho e tipuana. A separação do lixo da escola é outra atividade do
Projeto Cidadania, e aí pensamos em montar a composteira, para decompor o lixo orgânico", salientou Odete.
COMEÇO
Em junho foram feitos os três canteiros, e as minhocas foram colocadas no primeiro. Posteriormente, quando elas tiverem
passado todo o canteiro, serão capturadas e passadas para o segundo canteiro.
"Essas minhocas se alimentam do material orgânico e fazem o adubo, o húmus", detalha Odete, "vamos aproveitar o nosso lixo
para adubar nosso jardim e as árvores plantadas na rua".
Para acelerar este processo, estão sendo usados os pequenos animais que se alimentam da matéria orgânica que existe na terra,
doados pelo próprio secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Fernando Cislaghi.
"Em casa, em conjunto com meu pai", informa Fernando, "a gente produz húmus aproveitando sobras de pasto e de silagem, além
do esterco da estrebaria, e usamos nas nossas plantações."
Fernando conseguiu as minhocas anos atrás, num curso que fez em São Leopoldo: "Estas são da variedade Califórnia, são aquelas
vermelhas, grandes. Eu trouxe três ou quatro para casa, faz uns 15 anos, e hoje tem bastante. Elas se multiplicam
rapidamente e aceleram a decomposição da matéria orgânica".
O secretário não soube informar se atualmente existe produção de húmus como negócio no interior: "Assim como nós produzimos
para nosso próprio uso, deve ter mais agricultores fazendo o mesmo, mas como negócio não tem produção no município".
Também entre os barbosenses passou a febre da criação de minhocas visando a produção da terra especial, atesta Marilene
Ferrari Brock, da Cabanas Floricultura: "Teve uma época que virou uma febre, todo mundo queria produzir húmus, mas hoje não
tem mais ninguém. Quando nós compramos, vem de Santa Catarina".
Na aquisição mais recente feita pela sua empresa, o preço era de R$ 1,90 pelo pacote com 2 quilos do adubo produzido a partir
da decomposição da matéria orgânica feita pelas minhocas.
Na Cabanas, o húmus está sendo substituído por um composto orgânico, como revela Marilene: "Hoje em dia a gente usa um
composto orgânico com vários materiais, como engaço de uva decomposta, esterco de galinha, farinha de ovo, casca de arroz e
calcário".
A vantagem do composto orgânico, segundo Marilene, é a possibilidade de variação: "Conforme o uso que vai ter a mistura é
diferente, mas sempre com materiais orgânicos".
(Jornal Contexto, 09/09/2006)
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