Pelo menos sete mil hectares da Chapada Diamantina --o terceiro pólo turístico da Bahia, depois de Salvador e Porto Seguro-- já foram completamente destruídos por um incêndio, de acordo com o Corpo de Bombeiros da região.
Os focos, que atingem quatro cidades há uma semana, estão fora de controle, principalmente pela falta de equipamentos apropriados e dificuldade de acesso às áreas atingidas pelas chamas.
Na tarde de quarta-feira (06/09), a maior parte dos focos atingia o pico do Barbado, de 2.033 metros, considerado o maior do Nordeste. Segundo os bombeiros, dez nascentes de rios também foram parcialmente destruídas pelas chamas.
Além de voluntários, que tentam debelar as chamas com abafadores --equipamento de madeira, com uma ponta flexível feita com material não inflamável--, mais 40 bombeiros também estão trabalhando nos municípios atingidos. Do total de bombeiros, 20 foram deslocados de Salvador e Feira de Santana.
O parque nacional, de 152 mil hectares, não engloba toda a Chapada Diamantina (600 mil hectares). De acordo com o Ibama (agência ambiental federal), o incêndio tem origem criminosa. O fogo teria sido provocado por caçadores, garimpeiros e agricultores, que costumam queimar áreas para utilizá-las como pastagem.
Em Lençóis, a cidade mais conhecida da Chapada Diamantina, o forte calor também contribui para a propagação das queimadas. Somente nos últimos dois dias, 40 hectares foram destruídos pelo fogo.
Segundo o Corpo de Bombeiros, desde a quinta-feira da semana passada, dois incêndios de grandes proporções atingiram unidades de conservação ambiental nos municípios de Piatã, Abaíra, Rio de Contas e Rio do Pires, todos localizados na zona sul da Chapada Diamantina.
O fogo, que já consumiu a cobertura vegetal do pico do Barbado, já tinha devastado também o pico das Almas (1.980 metros de altura), em Rio de Contas, e o Itobira (1.930 metros), entre Abaíra e Piatã.
(Por Luiz Francisco,
Folha de S. Paulo, 06/09/2006)