O pesquisador da Embrapa, Elias de Freitas Júnior, assessor do ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto, afirmou terça-feira (05/09) em Dourados que o Brasil está entrando no período da "agricultura de energia", com a execução do programa do biodiesel.
Ele participou da ShowAgri – uma série de palestras técnicas promovida pela Associação do Agronegócio da Grande Dourados (AAGD) e pela Cooagri, falando sobre "biodiesel, álcool e açúcar no novo cenário de diversificação da produção.
"Estamos no início de uma era que chamamos de agricultura de energia. E o Brasil é o único país do mundo que tem condições de desenvolver essa agricultura de energia, que venha se somar à sua agricultura de alimentos e não competir com ela", acrescentou o agrônomo, em entrevista ao Correio do Estado.
Freitas Júnior, mestre em energia nuclear na agricultura e doutor em física do solo pela USP, destacou que "A biodiesel abre para o agronegócio brasileiro uma grande oportunidade de geração de emprego e renda. O Brasil pretende misturar 2% de biodiesel a todo o seu diesel a partir de 2008 e 5% a partir de 2013", representando um elevado consumo de óleos vegetais no produção do novo combustível.
"Isso significa uma finalização importante para o agronegócio, porque a partir de 2008, o Brasil vai ter uma absorção firme de 800 milhões de litros de óleo vegetal para serem transformados em diesel. Isso corresponde a em torno de 1,5 milhão de hectares de soja", calculou o pesquisador da Embrapa de Brasília.
Lembrou, porém, que "a soja não vai ser a melhor opção. Ela vai ser o suporte, a alavanca para esse programa decolar. A partir daí teremos que olhar outras oleaginosas que tenham uma densidade maior de óleo por hectare. A soja produz entre 500 e 600 litros, temos o amendoim que produz mil litros; o dendê que produz de quatro mil a cinco mil litros".
(Por Cícero Faria,
Correio do Estado, 06/09/2006)