O Plano Diretor da cidade gaúcha de Pelotas está sendo revisado por um Grupo de Trabalho na Câmara de Vereadores. O problema, de acordo com a ONG Centro de Estudos Ambientais (CEA), é que o documento não prevê proibição de urbanização dos banhados do município.

Os ambientalistas tentaram participar das discussões, mas não obtiveram sucesso. A bióloga Cíntia Barenho, do CEA, acredita que ainda exista preconceito e falta de informação sobre a importância desse ecossistema. “Poucas cidades têm legislação específica e para muitas pessoas, os banhados só servem para serem aterrados”, afirma.

A ONG lamenta que a revisão do plano não defenda as zonas úmidas da urbanização como a que ocorreu na praia do Laranjal, espaço de aves migratórias e que foi loteada para construção de moradias populares. “As casas que foram levantadas em cima de banhados foram alagadas na primeira chuva forte”, recorda Cíntia.

Apesar dos poucos atrativos visuais os banhados desempenham um papel fundamental nos ciclos químicos e hidrológicos do planeta, além de diminuir os efeitos de secas e inundações, reduzem a erosão e mantêm a vida de milhares de animais e plantas.
(Por Carlos Matsubara,08/09/2006)