Em uma ação conjunta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Porto Alegre e do Batalhão de Policiamento Ambiental foram apreendidas quarta-feira (06/09) mais de 2 toneladas de peixe no Mercado Público da Capital. Sete peixarias e pelo menos duas transportadoras foram autuadas pelo transporte ou pela comercialização de peixes ameaçados de extinção e cuja pesca é proibida na costa brasileira. Os autos de infração atingiram cerca de R$ 1 milhão.

De acordo com o responsável pela fiscalização do Ibama, Fernando Falcão, entre os peixes de água salgada apreendidos estão duas espécies de cação-anjo e também o cherne-povero. "O cherne é um peixe de nosso litoral ameaçado de extinção muito longevo que chega a ter 1,90 metro quando adulto. Encontramos filhotes", destacou Falcão. De água doce outra espécie ameaçada foi encontrada e recolhida, o dourado.

Os 18 fiscais do Ibama e os 16 policiais, que integravam a operação Amazônia Azul, chegaram ao Mercado Público por volta das 6h e começaram os trabalhos pelas peixarias. Em seguida, passaram a inspecionar dezenas de caminhões que diariamente descarregam produtos. Segundo o Ibama, as espécies de cação-anjo ameaçadas de extinção em algumas épocas do ano podem ser encontradas no litoral gaúcho perto das praias, em áreas que procuram para se reproduzir e se desenvolver. "Os pescadores acabam pegando justamente os filhotes e as matrizes", explicou Falcão.

As multas para o transporte ou a comercialização dos peixes inteiros são de R$ 500,00 por unidade mais R$ 5 mil por espécie. No caso dos filés, é de R$ 10,00 por quilo e mais uma cobrança entre R$ 700,00 e R$ 1 mil. Segundo o capitão Rodrigo Gonçalves, do Batalhão de Policiamento Ambiental, os estabelecimentos autuados estão sujeitos a sanções administrativas e penais. Os peixes apreendidos serão doados para instituições filantrópicas.
(Correio do Povo, 07/09/2006)
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