Grupo de Trabalho Amazônico discute asfaltamento da BR-163
2006-09-06
O artesanato, a produção de borracha, a pesca e outras atividades da Amazônia Legal vão ganhar novo impulso com a pavimentação da BR–163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), cortando toda a região.
Para estimular a discussão do tema pela sociedade brasileira, o Grupo de Trabalho Amazônico, formado por organizações não-governamentais e movimentos sociais, lançou nessa terça-feira (5/9) o Projeto de Fortalecimento da Participação Social no Processo de Asfaltamento da BR-163. O grupo quer garantir a participação no projeto de todos os envolvidos, como madeireiros, produtores rurais, comunidades indígenas e quilombolas.
O projeto tem como metas o desenvolvimento sustentável da Amazônia e a redução nos impactos ambientais e sociais produzidos pelo asfaltamento. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esta é a primeira vez que se constrói uma estrada com planejamento socioambiental. Ela afirmou que “só no ano passado, caiu o desmatamento da região em 91%”.
A BR-163 está em um dos pontos da Amazônia com maior diversidade cultural e biológica. Quase 2 milhões de pessoas vivem próximo à estrada, que tem 1.756 quilômetros de extensão. Até agora, foram pavimentados 800 quilômetros.
A rodovia começou a ser construída em 1972, no período da ditadura militar, para integrar a Amazônia ao território brasileiro. A estrada tinha como objetivo promover a expansão da agropecuária em Mato Grosso e povoar a Amazônia. Com o corte nos subsídios na década de 80, as obras de pavimentação do trecho paraense ficaram paradas e muitas famílias abandonaram a área.
No Dia Internacional do Meio Ambiente, 5 de junho, o governo lançou um pacote de medidas ambientais para a área. O Plano BR-163 Sustentável deverá custar em torno de R$ 1,1 bilhão. A conclusão das obras de asfaltamento está prevista para daqui a três anos.
(Por Raquel Mariano, Agência Brasil, 06/09/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/09/05/materia.2006-09-05.9542409009