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2006-09-06
A margem do Arroio Vieira, que corta a RS-734, está tomada pelo lixo no trecho próximo ao bairro Jardim do Sol. Os moradores dizem que o lixo é trazido por carroceiros que abrem as sacolas para separar e escolher o que lhes interessa. Após abrirem as sacolas, em sua grande maioria plásticas, os carroceiros deixam o que não será utilizado jogado no local. Com os ventos fortes e a chuva, os resíduos acabam caindo no arroio. Entre o lixo, é possível encontrar caixas de remédios, restos de comida, material plástico e de vidro, além de pontas de cigarro.

Segundo o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Norton Gianuca, o arroio desagua no Saco da Mangueira. "Todo o arroio é importante. As águas do Arroio Vieira, por exemplo, seguem até o Saco da Mangueira e, posteriormente, até o mar. A colocação de lixo em locais como este é um problema de educação ambiental, pois por mais que as secretarias municipais se empenhem em deixar as valetas, canaletas e arroios sempre limpos, algumas pessoas continuam fazendo destes pequenos cursos de água depósitos de lixo", diz. Comentou ainda que os arroios devem estar sempre desobstruídos para que possam dar vazão às aguas da chuva. "O lixo acaba obstruindo o curso da água. Esse é um problema de consciência ambiental. Se a água se contaminar por causa do lixo, os peixes que habitam o arroio acabarão morrendo, permitindo a proliferação de mosquitos, de cujas larvas eles se alimentam", alerta.

Gianuca explica ainda que a água terminará no estuário e o material que for flutuante poderá chegar até o mar. "São atitudes como esta que contribuem para a poluição das águas e até das praias, já que o material mais leve acaba seguindo o curso da água", diz. A Secretaria Municipal de Obras e Viação é a pasta responsável pela limpeza dos arroios e valas do Município. Segundo Gianuca, a cada limpeza, os funcionários retiram todo tipo de lixo, inclusive, móveis e eletrodomésticos descartados e até animais mortos.

O secretário explica que, originalmente, as margens dos arroios eram naturalmente protegidas pelas matas ciliares que, com o tempo, foram sendo retiradas pelos antigos proprietários destes locais ou pela população. Acrescenta que os danos ecológicos resultantes se manifestam na erosão, no desbarrancamento, no assoreamento, no desaparecimento da água nos períodos de estiagem e nos transbordamentos durante chuvas intensas, além de uma óbvia diminuição da fauna associada ao arroio e às matas ciliares.
(Jornal Agora, 06/09/2006)
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