Empresa de celulose receberá R$ 2,6 milhões por créditos de carbono
2006-09-06
A Celulose Irani deverá receber R$ 2,6 milhões em cerca de 30 dias pela venda de créditos de
carbono ao grupo Shell. A empresa informou que foram emitidos ontem (04/09) pelo UNFCCC
(United Nations Framework, Climate Change Convention), órgão vinculado às Nações Unidas, os
certificados referentes a 179.397 mil toneladas de carbono que deixaram de ser lançadas na
atmosfera. Trata-se da primeira empresa brasileira do setor de papel e celulose, e a segunda
do mundo, a ter os créditos de carbono emitidos pelo Protocolo de Quioto, segundo informou o
diretor-superintendente da Celulose Irani, Péricles Pereira Druck.
Os créditos foram obtidos com base no projeto de co-geração de energia implantado pela empresa
na fábrica em Vargem Bonita, em Santa Catarina, no final de 2004. O projeto visa a geração de
energia pelo consumo de biomassa e recebeu investimentos de R$ 22,5 milhões.
Óleo combustível
Druck disse que a companhia passou pela auditoria que dimensionou a redução nas emissões. Com
o projeto, foram desativadas sete caldeiras antigas reduzindo em 700 toneladas por mês o
consumo do óleo combustível BPF. Também foram obtidos 7,5 MWh de energia elétrica que deixaram
de ser comprados das concessionárias. A empresa está usando os resíduos florestais da própria
operação e de madeireiras da região como combustível.
Druck informou que os recursos serão usados para reforçar o capital de giro da empresa. O
executivo disse que a companhia analisa outros projetos que podem trazer retorno com a venda
de crédito de carbono, mas não adiantou quais.
Recuperação de químicos
Em julho último a empresa colocou em operação uma nova linha de recuperação de químicos
utilizados no processo de fabricação, o que permite elevar em 20% a produção de 60 mil
toneladas anuais de celulose e investir em produtos de maior valor agregado. A empresa também
deverá investir R$ 5 milhões na estrutura de tratamento de efluentes industriais para preparar
a companhia para futuras ampliações de produção. No ano, a empresa investirá R$ 36 milhões em
projetos de modernização e infra-estrutura.
(Por Rita Karam, Gazeta Mercantil,
05/09/2006)
http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=13%2c0%2c1%2c190924%2cUIOU