Nesta quarta-feira (06/09), o AmbienteJÁ traz a entrevista com o candidato a governador de Santa Catarina Elpídio Ribeiro Neves (Partido Trabalhista Cristão/PTC). Neves estudou em sete universidades: Udesc, Univille, UFSC, FGV, Faap, FMU e USP. É administrador e mestre em Administração pela UFSC, com ênfase em marketing político. Ministrou aulas em cinco universidades: Fiam, FMU, Unisul, Unip e UFSC. Trabalhou na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e na Empresa de Municipalização da Cidade de São Paulo, no Ministério da Agricultura, no IBGE, na Imprensa Oficial de Santa Catarina, no Besc e na Udesc.

Elpídio Neves foi eleito deputado suplente por São Paulo em 1994 e vereador suplente em 1996. Em 2004, concorreu à prefeitura de Florianópolis.

AmbienteJÁ: De acordo com relatório divulgado pelo Ministério Público de Santa Catarina em novembro de 2005, apenas 12,63% dos municípios catarinenses têm sistema de coleta e tratamento de esgotos. Que medidas serão tomadas para melhorar este quadro em seu governo, caso seja eleito?

Elpídio Neves: Serão feitos investimentos para chegarmos até 20 %, em 4 anos.

AJ: Santa Catarina é o 4º Estado no ranking nacional de reciclagem de lixo. Que políticas seu governo pretende desenvolver para estimular essa atividade?

EN: Fazer uma comissão multipartite com membros de secretarias, Fatma, empresas privadas, universidades particulares, Udesc, UFSC, com poderes de decisão para implementar projetos de reciclagem.

AJ: Qual será a política de seu governo em relação às Unidades de Conservação Estaduais e Federais já existentes no Estado?

EN: Conservá-las e uni-las muito mais em torno do bem comum. Além de integrá-las à resposta da pergunta 2.

AJ: O senhor pretende criar novas Unidades de Conservação em Santa Catarina? Se sim, quais?

EN: Tantas quantas forem necessárias e o Estado puder patrocinar.

AJ: A mata de araucária, também conhecida como floresta ombrófila mista, está reduzida a 1% da cobertura original no Estado e corre risco de extinção. Que medidas seu governo tomará para proteger este bioma?

EN: Criar um laboratório com tantas mudas quantas famílias existirem em Santa Catarina e plantar em locais adequados. Além de criar, em laboratório, gralhas azuis que fazem a proliferação do pólen e das sementes, para que elas proliferem mais o Estado com araucárias, pinhais, curitibas ou ombrófila mistas.

AJ: Qual será a política de seu governo em relação à implantação de novas usinas termelétricas e hidrelétricas?

EN: Qualquer usina deve ser fruto da necessidade de energia. Termelétrica já temos a usina Jorge Lacerda e não sei se tem carvão por muito tempo. Hidrelétricas devem ser feitas em locais indicados por estudos com anuência da Fecam [Federação Catarinense dos Municípios] e das associações de municípios, além de fazerem parte (ser fruto) de um planejamento estratégico regional. Elas devem ser aceitas pela vizinhança e equilibrar o meio ambiente.

AJ: Que ações seu governo desenvolverá pra estimular a implantação de energias alternativas?

EN: Ações nas modalidades: eólica, esta está no plano de governo, energia solar idem.

AJ: Que ações específicas seu governo pretende desenvolver em relação à educação ambiental?

EN: Vou implementar a disciplina educação ambiental na grade da educação fundamental (no primário e ginásio).

AJ: Como será a política de seu governo em relação ao setor da silvicultura?

EN: Silvicultura é o índio, né! Silvicultura entende-se por aquilo que é produzido na selva. Se é isto, os índios serão orientados pelo Estado a produzir e vender seus produtos e matérias-primas sem desmatar, sem destruir a selva e ainda replantar. Como as araucárias.

AJ: A suinocultura corresponde a um dos maiores passivos ambientais no Estado. Que políticas seu governo pretende desenvolver para mitigar esse impacto?

EN: Uma cultura não deve destruir a outra. O Estado, e não o governo, deve implementar políticas que propiciem o bem de uma espécie sem prejudicar a outra.

Amanhã, leia a entrevista com o candidato Antônio Carlos Sontag (PSB)
(Por Francis França, 05/09/2006)
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