Governo filipino responsabiliza capitão por vazamento de petróleo
2006-09-06
O comitê do Ministério da Justiça das Filipinas que analisou as causas da mancha de petróleo que toma conta do litoral do país recomendou que sejam apresentadas acusações criminais contra o capitão do petroleiro que afundou no dia 11 de agosto no estreito de Guimarães, a sudeste de Manila. "Ele estava capacitado para capitanear um cargueiro de produtos químicos, não um petroleiro, e, mesmo assim, ele aceitou comandar o "Solar 1", que era um petroleiro", explicou o vice-ministro filipino de Justiça, Ernesto Pineda, segundo a rede de televisão "GMA".
O capitão Norberto Aguro pode ser acusado por imprudência arriscada seguida de homicídio e de dano à propriedade. Sua situação se agrava porque dois marinheiros de sua tripulação continuam desaparecidos. O "Solar 1", propriedade da Sunshine Maritime Corporation, naufragou devido às fortes ondas. A embarcação transportava mais de 2 milhões de litros de petróleo da companhia filipina Petron. Pelo menos um terço desse total já foi derramado.
O derramamento contaminou 1.143 hectares de uma reserva marinha, 823 hectares de criadouros de peixe, 1.128 hectares de mangues, 16 quilômetros quadrados de recifes e 245 quilômetros de costa, segundo o Conselho Coordenador de Desastres das Filipinas. Aproximadamente 30 mil pessoas foram afetadas pelo derramamento. Muitas recorreram esta semana aos centros de assistência e pediram alimentos, sabonete e creme dental, segundo a Cruz Vermelha.
Pineda disse que a comissão investigadora voltará a se reunir no final da semana para determinar a possível responsabilidade da Petron e da empresa proprietária do petroleiro na tragédia. O derramamento do "Solar 1", que está afundado a 640 metros de profundidade, é considerado o vazamento de petróleo mais grave da história das Filipinas.
(EFE, 05/09/2006)
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