Com a conclusão da estrutura para abrigar os equipamentos da BSBios no final deste mês, a fase de montagem dos 12 tanques começa em outubro. Até sexta-feira (08/09), o BNDES promete liberar a primeira parcela do financiamento. Estrangeiros tentaram comprar produção de biodiesel de 2008, mas indústria preferiu ainda não assumir compromisso.

Iniciada em junho, a construção da estrutura para instalação dos equipamentos da BSBios será concluída no final deste mês. A partir de outubro começa a fase de montagem dos cerca de 12 tanques de metal, fabricados em Erechim, e também importados dos Estados Unidos e da Índia. No final da semana passada, a confirmação do encaminhamento da primeira parcela do financiamento garantiu o andamento da construção. Com atraso de um mês, os R$ 8 milhões serão liberados pelo BNDES nesta quarta ou sexta-feira. Os outros R$ 25 milhões do financiamento serão enviados em mais três parcelas, conforme a necessidade da obra.

O diretor comercial da BSBios, Erasmo Batistella, visitou ontem as obras da empresa, no distrito industrial, no bairro Petrópolis. Segundo ele, a montagem das estruturas deve iniciar nos primeiros dias de outubro. "Cumpriremos a parte civil da obra, que é a base para receber os tanques e equipamentos, no período previsto", explica.

Uso de canola depende de semente
Além da soja, a BSBios desenvolve um programa para a produção de biodiesel utilizando canola já no próximo ano. Com uma previsão de ser cultivados cerca de 15 mil hectares, o uso da oleaginosa depende da semente, importada da Austrália. De acordo com Erasmo Batistella, enquanto da soja se extrai 18% de óleo, da canola chega a ser 40%. Segundo ele, a empresa testará diversas culturas, como a mamona e o girassol, para encontrar outras alternativas também viáveis à produção do biodiesel. "De imediato, não temos outra oleaginosa a não ser a soja. É o começo. No decorrer dos anos, analisaremos qual a cultura que se adapta e que tem melhor produtividade na região", revela.

A canola já é produzida no estado, mas apenas para o mercado de alimentação.

Junto com um banco para financiar a produção aos agricultores e com as cooperativas da região, a BSBios finaliza um projeto em que se tornaria líder da cadeia. "A idéia é um pacote fechado. O agricultor recebe a semente e a planta. Depois, repassa a produção à cooperativa e à BSBios. O óleo fica conosco e o farelo vai para o mercado", explica o diretor comercial.

O projeto da BSBios é adquirir a semente da Austrália até outubro deste ano, para iniciar o plantio em maio de 2007 e já começar a utilizar a canola na produção de biodiesel até o final do próximo ano. Apesar dos planos, o funcionamento da empresa inicia com soja em março de 2007.

Interesse estrangeiro na safra 2008
Toda produção de biodiesel da BSbios em 2007 já foi comercializada para a Petrobras através de leilão em julho. São 70 milhões de litros, vendido a R$ 1,79 cada. E já tem estrangeiro de olho na produção de 2008. Segundo Erasmo Batistella, a Europa fez proposta para comprar todo o biodiesel previsto para ser produzido em 2008, mas a empresa optou por não assumir o compromisso com o exterior antes do início do funcionamento. "Se tivéssemos biodiesel hoje, estaríamos exportando. A demanda é enorme e nos dá confiança para investir", afirma empolgado.
(O Nacional, 05/09/2006)
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