Presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa defende regularização das sementes dos sojicultores
2006-09-04
A MP para acesso a crédito e seguro agrícola às lavouras de soja com
semente não certificada repete o desfecho de uma
polêmica anual, em que produtores e governo medem forças. Para variar, o
Ministério da Agricultura cedeu, o que não resolve
o problema. O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia
Legislativa, Elvino Bohn Gass, que defendia a MP, admite
a necessidade de um ponto final nessa questão. "Ao longo do ano, eu
defendi uma solução definitiva. Só posso lamentar que
não haja", disse ele, garantindo que voltará a insistir na regulamentação
do uso de sementes. Embora tenha aprovado o anúncio
da MP, o deputado faz ressalvas: a medida não pode ficar restrita às
sementes transgênicas, mas incluir orgânicas e
convencionais. O presidente da comissão justifica o apoio à MP por
considerar fundamental que o produtor tenha o direito de
utilizar sementes próprias, sem certificação. Direito que ele espera
ver garantido no momento em que for elaborada a
regulamentação definitiva. Preferencialmente antes do plantio da safra
2007/2008.
Custo adicional
"O produtor não precisa ter um gasto extra com compra de sementes se
puder atestar a germinação das suas", diz Bohn Gass.
Para ele, basta que a regulamentação exija a aferição da qualidade da
semente, o que pode ser atestado por cooperativas,
Emater ou Embrapa. A garantia evitaria o uso indevido do seguro.
Disparate
Como exemplo da qualidade das sementes próprias, Bohn Gass cita a Fenasoja, em que o primeiro, o segundo e o quarto lugares
em produção de grãos por pé couberam a sementes produzidas por agricultores. "Por incrível que pareça, eram variedades que
não estariam mais no zoneamento agrícola", critica.
(Panorama Econômico - Denise Nunes, Correio do Povo, 02/09/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp