Do feijão ao suco de laranja. A diversiade de produtos orgânicos que chega ao mercado gaúcho aumenta cada vez mais e, junto com eles o número de agricultores que se dedica ao cultivo de agrotóxicos. É o caso de Maria Hlena da Rocha, proprietária da Novocitrus, de Pareci Novo, que desde 1993 produz frutas orgânicas para a fabricação de geléias e sucos. "Quando começamos, produzíamos cerca de 500 vidros em um ano. Hoje, após a ampliação da agroindústria, chegamos a 20 ml potes de geléia e 40 mil litros de suco".

E a necessidade de incremento na produção se observa na prática, ao visitar o estande de Maria Helena na 29a Expointer: a movimentação à procura dos produtos é intensa, tanto que já extrapola as fronteiras gaúchas. "Estamos negociando a exportação para a Holanda e a França".

"Existe uma maior conscientização dos consumidores em relação ao orgânico, dos benefícios para a saúde. Começamos como idealistas e agora temos um enorme mercado pela frente". Para ela. a produação de orgânicos vale a pena, mesmo tendo um manejo mais "complicado", pois compensa no preço final.

Conforme dados deste ano, a Emater está atendendo 12 mil famílias de ecologistas e outras 18 mil em fase de transição do cultivo com agrotóxicos para o orgânico. "Além disso, desde 2004 estamos desenvolvendo um trabalho de certificação de produtos orgânicos aliado a um serviço de controle de qualidade desses produtos", afirma o gerente de classificação e certificação da Emater, João Pereira.

O produtor da Assocaição dos Produtores de Santo Antônio de Palma, Alceo Prieml, afirma que uma das saídas para não sofrer com as quebras na produção é a diversidade de culturas. "Se um não produz, tenho outros", afirma.
(Por Ana Esteves, Jornal do Comércio, 04/09/2006)
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