Região amazônica pode se transformar em grande produtora de peixes em cativeiro
2006-09-04
O Brasil tem 12% da água doce do mundo e grande parte deste manancial está concentrado na região Norte, especialmente na Amazônia, onde a produção de peixes vem crescendo a cada ano. Hoje, já são produzidas na região 17 mil toneladas de pescados, especialmente tambaqui, matrinxã, pirarucu. São 110 mil pescadores, responsáveis pela produção de 250 mil toneladas de pescado, ou 25% da produção nacional, quantidade que pode aumentar com o investimento na criação em cativeiro.
Para aumentar a renda dos trabalhadores locais, o governo federal decidiu investir R$ 1,3 milhão em dez projetos de aqüicultura, que é o cultivo de peixes em tanques. O anúncio foi feito neste fim de semana pelo ministro da Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, que esteve em Manaus (AM) durante o Encontro de Negócios da Aqüicultura da Amazônia.
“A produção cultivada começa a avançar e o objetivo é buscar grandes mercados aqui e no exterior. Os projetos selecionados são em três áreas fundamentais: produção e reprodução do pirarucu em laboratório, na área de peixes ornamentais e o cultivo de jacarés, que é uma espécie em abundância na região”, explicou o ministro.
Segundo ele, a criação de peixes pode ser uma alternativa de renda para o pescador ribeirinho, pois muitas espécies estão se reduzindo na natureza. O ministro afirmou que o Banco da Amazônia tem linhas de crédito para apoiar a aqüicultura, mas lembrou que existem gargalos para a implementação da atividade na região, como o custo da produção de rações, que ainda precisa ser resolvido.
Outra medida anunciada por Gregolin é o projeto de monitoramento por satélite de embarcações com mais de 15 metros. “Dará mais segurança para o pescador, que estará em contato permanente, e será importante para o governo, pois significa termos um processo de gestão da pesca de forma mais efetiva. Teremos, por exemplo, como controlar as licenças que damos, verificando onde e o que estão pescando”, explicou.
De acordo com o ministro, o custo para o pescador é apenas a instalação do equipamento na embarcação, no valor de R$ 6 mil. Para tanto, os pescadores terão à disposição duas linhas de crédito do Banco do Brasil a juros mais baixos.
(Por Vladimir Platonow, Agência Brasil, 03/09/20069)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/09/03/materia.2006-09-03.2997460222