Derrubada de árvores em horto florestal de Novo Hamburgo causa polêmica na cidade
2006-09-01
Hoje (01/09) completam-se dez dias que o diretor administrativo do Instituto de Previdência e
Assistência dos Servidores Municipais de Novo Hamburgo (Ipasem), Valnei Rodrigues, encaminhou
documento à administração municipal, relatando o desmatamento ocorrido no Horto Florestal. O
instituto segue aguardando por uma posição oficial da Prefeitura de Novo Hamburgo sobre o
desmatamento e pede providências. “Aguardamos uma manifestação do prefeito para, a partir daí,
tomarmos qualquer outro tipo de decisão”, disse ele, lembrando que o prazo padrão para respostas é
de, no máximo, 15 dias. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura enfatiza que depende do
laudo técnico a ser realizado no horto para então se posicionar diante da questão.
Ainda segundo a assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) já encaminhou
pedido para contratação do profissional, uma vez que o Ipasem pede que o laudo técnico não seja
realizado pela Prefeitura. A assessoria também lembra que a Semam abriu sindicância para apurar em
que condições e por que foi autorizado o corte de 60 árvores no Horto ao invés das seis ou sete que
haviam sido solicitadas pelos moradores. A autuação da empresa que procedeu o corte com o
ressarcimento ao dano ambiental causado dependerá do laudo, que deverá responder a questões como
número exato de árvores derrubadas, idade delas e metros cúbicos.
PREOCUPAÇÃO - Para os moradores da Rua Alícia Müller, que faz fundos com o Horto Florestal, o fato
preocupante é que as árvores que oferecem risco às residências continuam de pé. Não há divisa entre
as casas e os eucaliptos e a luta dos moradores pelo corte das árvores é antiga. Entretanto, quando
aparentemente o pedido seria atendido, o corte ocorreu em eucaliptos do lado oposto ao das casas.
Há mais de 20 anos, a costureira Marilene Tereza Gretzler, 49 anos, mora na Rua Alícia Müller. E há
cinco anos ela luta por um retorno da Prefeitura quanto ao corte dos eucaliptos. O primeiro protocolo
preenchido por ela na administração municipal data de 2001. “Já ouvimos tudo quanto é tipo de
desculpa, mas até agora nada foi resolvido”, diz.
Entre sua casa e o início das terras do horto, Marilene preferiu não construir nada. Assim como a
dona de casa Cleusa Vecezrok, 42. “Não dá pra fazer nem um muro, porque, se cair um eucalipto,
estraga tudo. A gente tinha uma cerca antes e uma árvore caiu por cima dela”, lembra Cleusa, que mora
no local há 16 anos.Em uma nova avaliação, porém, o diretor administrativo do Ipasem constatou que
apenas duas árvores oferecem realmente riscos às casas, mas elas não estão no terreno do Horto
Florestal. “Uma delas fica depois da divisa entre o Horto e as casas, em um beco. Por isso, essa
situação deve ser resolvida com a própria Prefeitura. Já outra não foi autorizada, por ser uma árvore
nativa, de grande porte”, explica.
(Jornal NH, 01/09/2006)
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