Ministério Público sugere à Corsan que pague multa de R$ 375 milhões à comunidade em Rio Grande por causa de mau-cheiro de ETE
2006-09-01
Após várias reuniões entre Ministério Público (MP) e a comunidade do Parque Marinha, ficou
acordado que a Corsan terá que pagar uma indenização de R$ 375 milhões à comunidade. Como o
valor é muito alto, a companhia apresentou uma contra-proposta na tentativa de anular a
multa e
revertê-la em ações sociais no bairro. O valor foi estipulado em uma ação ajuizada por uma
comissão de moradores do local.
Segundo a integrante da comissão, Carmen Valente, a proposta
está sendo avaliada. "A intenção é que a Corsan fique responsável pela manutenção de
praças,
criação de quadras poliesportivas e projetos educacionais", diz. Há dois anos, os moradores
do
Parque Marinha esperam por uma solução. Eles alegam que, após a instalação da Estação de
Tratamentos de Esgotos Navegantes, eles têm que conviver com o constante mau cheiro e a
presença agressiva de mosquitos. Além disso, a maioria diz que os imóveis foram
desvalorizados,
o que preocupa também os comerciantes. "É impressionante o valor que gastamos com
inseticidas
e remédios para dor-de-cabeça, já que todos os dias é aplicado veneno nos banhados e locais
próximos à Estação", diz Carmen. "Esperamos que esta indenização saia do papel, pois alguém
deve ser responsabilizado por isso", conclui.
Mudanças na ETE Navegantes
Representantes da Corsan estiveram no Município em janeiro deste ano, quando comunicaram a
liberação de R$ 2 milhões para reformular a operação da Estação de Tratamento de Esgoto
Navegantes. "Estamos assinando um conjunto de autorizações às obras de adaptação tecnológica
da
Estação que terá como objetivo a tentativa em eliminar o mau cheiro que , na verdade, nos
surpreendeu", disse durante sua vinda à cidade.
Em junho, o prefeito Janir Branco, juntamente
com uma comissão de vereadores, esteve em Porto Alegre para confirmar o investimento. Na
oportunidade, o diretor-presidente da Corsan, Vitor Bertini, informou ao prefeito que a
Fepam
já havia liberado a licença ambiental, possibilitando os editais das obras. "Estamos
aguardando
a liberação de recursos para financiamentos de obras de água e esgotos junto ao Ministério
das
Cidades. No entanto, estamos encontrando dificuldade para obtermos esses recursos, apesar
da
boa situação financeira da Corsan", o dirigente em junho.
Ele informou ainda que está sendo
montada uma operação financeira junto ao Banrisul e que Rio Grande será incluída para a
execução de novas obras de esgotos.
(Por Monica Caldeira, Jornal Agora, 31/08/2006)
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