Operação Araucário aplica multas de R$ 2 milhões em SC
2006-09-01
Cerca de R$ 2 milhões em 19 autos de infração, 2 mil metros cúbicos de araucária devastados e a apreensão de dois tratores de esteira foram os resultados de mais uma etapa da Operação Araucária, que estava ocorrendo há dez dias nos municípios do Planalto Norte e Meio-oeste de Santa Catarina e foi finalizada ontem (31/8). O balanço da operação, divulgado pelo Ibama, impressionou os fiscais, que não esperavam encontrar tantas irregularidades.
Segundo o coordenador de campo da operação, Olício Leão Marques, o primeiro sobrevôo do local já identificou muitas áreas desmatadas e com sinais de queimadas e isso se confirmou na fiscalização feita por terra. "Estão tirando a vegetação nativa e plantando pínus, que é mais lucrativo, mas isso está afetando as áreas de preservação permanente e não podemos deixar que continue assim".
No total, mais de 500 hectares de área foram atingidos pelos crimes ambientais e novos 50 pontos de irregularidades precisam ser apurados pela fiscalização. "Temos muito trabalho ainda a realizar", comenta. Além da substituição da mata nativa por espécies comerciais, a drenagem de banhados está prejudicando as nascentes dos rios. Para o Ibama, a única forma de deter o avanço desordenado é iniciar uma política de ordenamento da atividade de exploração de madeiras.
"Retirar a cobertura florestal e queimar áreas de preservação deve ser vista com cuidado pelas autoridades. Sabemos que a comercialização de madeiras gera renda e emprego, mas é necessário definir os locais específicos para isso e, de preferência, sem agredir o meio ambiente", explica Olício.
A próxima etapa da operação começa em 30 dias e também contará com o apoio do Núcleo de Operações Aéreas do Ibama. A região escolhida para a fiscalização foi o Oeste do Estado e, em seguida, a detecção de possíveis crimes ambientais será nos parques ambientais do Estado. "Vamos sobrevoar todas as regiões e notificar todos os problemas encontrados. Essa é a única forma de amenizar a devastação e ter um controle efetivo das áreas degradadas", finaliza.
(A Notícia, 01/09/2006)
http://portal.an.uol.com.br/2006/set/01/0ger.jsp#9