Mercosul une forças em prol da criação de uma equipe capaz de influenciar cotação e produção de soja
2006-09-01
O Mercosul tentará criar um grupo de associações rurais capazes de influenciar na cotação
mundial da commodity soja. A idéia é usar a posição de maior bloco exportador de soja do
continente americano para fortalecer o grupo de produtores e comerciantes do grão ao molde da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A afirmação é do coordenador do
departamento de Comércio Exportador da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
Antônio Beraldo, que esteve ontem na reunião da Federação das Associações Rurais do Mercosul
(Farm), na Expointer, no parque Assis Brasil, em Esteio.
"Queremos encontrar uma forma de
influenciar nas cotações da Bolsa de Chicago", afirma. De acordo com ele, as decisões começariam
por itens como a definição das cotas de produção e estratégias comerciais. "Temos que ter uma
política comum de produção e comercialização. Este trabalho, hoje, é feito de forma isolada",
diz. Segundo o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o trabalho será iniciado no próximo dia 19
de setembro, em Brasília, quando será estimulada a criação de grupos de sojicultores de todas
as regiões do Brasil.
O grupo Farm, que esteve em Esteio representado por associações, sociedades e federações rurais
da Argentina, Brasil e Uruguai, também decidiu que, a partir de agora, um grupo técnico estará
fazendo visitas sistemáticas ao Paraguai e ao Mato Grosso do Sul, onde foram registrados os
últimos focos de febre aftosa. "Apoiamos totalmente a erradicação da aftosa na América",
declarou Sperotto.
O dirigente também ressaltou que o grupo apóia o comércio bilateral com a
Argentina de defensivos genéricos para harmonizar os custos de produção nas lavouras de ambos os
países. "Teremos uma audiência pública no Brasil sobre isso no dia 25", finaliza.
(Correio do Povo, 01/09/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp