Presidente da Eletrobrás faz crítica à área ambiental
2006-08-31
O presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, elevou o tom das críticas aos técnicos do
governo da área de meio ambiente. "Ou o governo dá um soco na mesa e libera os projetos do setor
de energia ou esse povo (do meio ambiente) vai parar o Brasil", reclamou em palestra no
Instituto Brasileiro dos executivos de Finanças (IBEF). O executivo comentou que os técnicos do
setor de energia não estão conseguindo liberar projetos de hidrelétrica.
Em outro evento no Rio, o diretor da Empresa de Planejamento Energética (EPE), Amílcar Guerreiro,
incluiu a questão ambiental entre os principais desafios do setor para o futuro. Segundo ele,
a EPE está calcuando o impacto do aumento das emissões de dases pluentes por usinas térmicas
caso o governo continue com dificuldade para licenciar hidrelétricas. "Se não usarmos energia
hidráulica, teremos que usar outras fontes que poluem mais", afirmou.
O Brasil precisa acrescentar 40 mil megawatts (MW) ao parque gerador de energia até 2015.
"Isso para um crescimento do Produto Interno Bruto na faixa de 4%. Se o país crescer um pouco
mais, vamos precisar de muito mais energia", destacou o presidente da Eletrbrás, estimando uma
necessidade de 5.000 a 6.000 MW em novos projetos a cada ano. "Sem isso, vamos deixar de
crescer por causa de energia", enfatizou.
Na opinião de Guerreiro, o grande impasse reside no fato de o grande potencial ainda não
explorada no país estar localizado na região amazônica. Ele defende, porém, que as usinas sejam
encaradas como elesmentos de conservação amviental. Como argumento, o diretor da EPE diz que
cidade no entrno de hidrelétricas apresenram ganho considerável em qualidade de vida.
Vasconcelos considera que "é absolutamente imprescindível" que o governo libere o projeto das
duas usinas do rio Madeira, em Rondônia (Jirau e Santo Antônio) ainda este ano. O executivo
defendeu também a conclusão da usina nuclear Angra 3, não só pelo volume de energia (1.400 MW),
mas para dar mais estabilidade ao sistema elétrico, já que a usina fica no final das linhas de
transmissão de Itaipu. "Acredito que entre primiero de outubro e 31 de dezembro teremos uma
decisão favorável à retomada das obras", observou.
(Jornal do Comércio, 31/08/2006)
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