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2006-08-30
Cansada de ver os turistas passar a caminho das praias, de Gramado ou de Porto Alegre, a prefeitura de Osório decidiu contratar uma agência de propaganda que a ajude a explorar seus recursos naturais, especialmente suas agoas e serras. A escolha da agência foi marcada para o dia 11 de setembro.

Repleto de exigências minuciosas, o edital de licitação foi preparado pelo publicitário Paulo Portanova e pode ser solicitado pelo e-mail licitaosorio@yahoo.com.br.

Animado pela construção da usina eólica da Ventos do Sul Energia, obra que vem despertando grande curiosidade pelo ineditismo e a envergadura (e que contribuiu para melhorar as finanças municipais), o prefeito Romildo Bolzan Junior (PDT) acredita que conseguirá atrair uma agência de médio porte para um contrato de longo prazo. A verba inicial, de R$ 200 mil, será empregada na promoção da festa dos 150 anos do município, que terá um ano de duração, a partir de dezembro.

Mais do atrair turistas, o desafio da agência será ajudar a pensar o futuro da cidade, que não se conforma em ficar à margem da principal rota de passagem do Sul, junto a duas rodovias federais e três estradas estaduais. “Eu sei que Osório não tem grande potencial turístico, mas a cidade pode estruturar-se para ser um grande ponto de parada e até de destino”, diz Bolzan, que já foi prefeito na época das vacas magras, entre 1993-96, e quer aproveitar a onda em torno da energia eólica para dar um novo status ao município.

Associada à inauguração do Parque Eólico de Osório (“novidade agora, depois veremos...”, diz o prefeito), a festa do sesquicentenário municipal é a principal alavanca da primeira campanha publicitária a ser encomendada pela prefeitura. Na cabeça do prefeito (“já errei o que podia no primeiro mandato, agora não posso me dar esse luxo”, volta Bolzan), o segredo do sucesso pode estar na combinação de investimentos na melhoria da infra-estrutura urbana (saneamento em primeiro lugar) em benefício da população residente (37 mil habitantes) e que sirvam para atrair não apenas turistas (interessados no parque eólico, nos esportes náuticos ou no ecoturismo), mas novos moradores (em condomínios junto às lagoas ou em chácaras na montanha).

O primeiro passo na reconstrução da nova imagem da cidade será dado no final do ano, com a inauguração do asfalto para o Morro da Borússia, onde está sendo construído um miradouro. Depois serão criados novos pontos de atração como:

1) a Rota dos Cata-Ventos, que exigirá investimentos na melhoria de estradas municipais

2) o Parque da Lagoa do Marcelino, com investimentos em saneamento, paisagismo, urbanização, equipamentos esportivos e de recreação, inclusive um teleférico ligando o morro à lagoa, cruzando a BR-101 (esse projeto depende de adesão de investidores privados)

3) Memoriais da navegação lacustre; da ferrovia e do transporte por carretas, dentro de um esforço para recuperar as raízes históricas da cidade, velho entreposto situado no meio do caminho entre Torres e Porto Alegre.

Alguns desses projetos já foram orçados e têm até recursos em caixa, enquanto outros tomam a forma de balões de ensaio. Para discuti-los e organizar a agenda do desenvolvimento municipal e sua inserção na dinâmica da economia regional, Bolzan planeja promover um grande seminário dentro de um a dois meses, quando estiver livre de contingências eleitorais e já contar com a ajuda da agência em fase de contratação.
(Por Geraldo Hasse, exclusivo para o Jornal JÁ e o AmbienteJá, 30/08/2006)

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