O fracasso das iniciativas que buscam reverter a degradação ambiental provocada pelo homem representaria um bloqueio ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), declarou nesta terça-feira o administrador-adjunto do PNUD, Ad Melkert. Em discurso na Cidade do Cabo (África do Sul), durante a terceira assembléia do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Mundial, na sigla em inglês), ele defendeu que a “gestão ambiental é chave para a redução da pobreza”.
“Os recursos ambientais servem de meio de subsistência para muitas pessoas pobres. Isto é simples: se não tivermos sucesso em reverter a degradação ambiental, o mundo bloqueará o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, afirmou. “Nos encontramos em um momento crítico, um ano após o furacão Katrina. Por todo o mundo vemos desastres naturais e humanos; e em nove de cada dez casos os mais afetados são os pobres. A erosão do solo, as inundações, as secas e a poluição prejudicam o cotidiano de aproximadamente 2,6 bilhões de pessoas”, completou.
Um dia após o GEF ter recebido a maior doação de sua história — US$ 3,13 bilhões vindos dos 32 países integrantes do conselho —, o administrador-adjunto do PNUD defendeu que o fundo deve atuar em três frentes: centralizando os investimentos em projetos voltados à sustentabilidade ambiental, promovendo a cooperação internacional na área e promovendo as principais convenções ambientais.
Como principal controlador dos recursos, o GEF deve priorizar a implantação de projetos nos países mais vulneráveis, “principalmente os países menos desenvolvidos e as pequenas ilhas, para preservar e recuperar seus recursos naturais e de forma a gerar o progresso para o desenvolvimento sustentável”, afirmou Melkert. “Embora a maioria dos países em desenvolvimento tenho contribuído pouco com as causas das mudanças climáticas, eles são os mais afetados e os menos preparados para impactos na agricultura, segurança alimentar, abastecimento de água e doenças associadas ao clima”, destacou.
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PNUD Brasil, 30/08/2006)