Capitão de petroleiro afundado no Líbano atribui catástrofe a fortes ondas
2006-08-30
O capitão do petroleiro afundado que causou a pior maré negra da história das Filipinas atribuiu a catástrofe às fortes ondas na região e admitiu a sua falta de experiência na condução de navios desse tipo. O capitão Norberto Aguro comandava o Solar 1, que naufragou no dia 11 de agosto, nas águas de Guimarães, cerca de 500 quilômetros ao sul de Manila. Ele deu uma entrevista ontem (29/08) ao programa de TV "Magandang Umaga Pilipinas" ("Bom dia, Filipinas"), e depois prestou depoimento ao comitê investigador do Conselho da Marinha.
"Grandes ondas fizeram a embarcação tombar", declarou Aguro, segundo a tradução da rede ABS-CBN. O marinheiro filipino afirmou que decidiu zarpar porque o tempo permitia a viagem. O petroleiro se encontrava em boas condições, garantiu. Mas às 15h (4h de Brasília) do dia 11 de agosto sua tripulação alertou para a chegada de fortes ondas. O capitão então tentou chegar a um porto.
O Solar 1, de propriedade da companhia Sunshine Maritime Corporation, transportava mais de 2 milhões de litros de petróleo da empresa filipina Petron. A maior parte da carga se encontra ainda no interior da embarcação, a 640 metros de profundidade e a 13,3 milhas náuticas do litoral, segundo o Conselho Coordenador de Desastres Nacional (NDCC, sigla em inglês).
Aguro também descartou as acusações de falta de qualificação para navegar o petroleiro, durante a entrevista. "Fui capitão durante 25 anos e naveguei por todo o mundo. Estou capacitado", disse. No entanto, diante dos investigadores do Conselho da Marinha admitiu que sua experiência como navegante tinha sido com cargueiros de produtos químicos e que nunca antes havia capitaneado um petroleiro, segundo a emissora de rádio DZMM.
A guarda costeira das Filipinas atribui o desastre a erro humano. Os dados atualizados dos estragos da maré negra calculam 1.143,45 hectares de reserva marinha, 823,5 hectares de viveiros, 1.128 hectares de mangues, 16 quilômetros quadrados de recifes de coral e 245 hectares de costa poluídos. O número de pessoas afetadas chega a cerca de 27 mil.
(Agência EFE, 29/08/2006)
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