Especialista diz que avaliação ambiental é mais ampla do que o Estudo de Impacto Ambiental
2006-08-30
O coordenador do Programa Pantanal, um dos quatro projetos-piloto para implementação da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), Paulo Cabral, disse que a avaliação é muito mais ampla do que os Estudos de Impacto Ambiental (EIA), realizados para medir danos ao meio ambiente.
Segundo Cabral, as principais diferenças ocorrem no tempo e na escala de cada levantamento. “Em relação ao tempo, normalmente o Estudo de Impacto Ambiental é feito depois que se já tomou a decisão de se fazer um determinado investimento, inclusive quando já se definiu a tecnologia”, explicou.
“A Avaliação Ambiental Estratégica se difere porque acontece antes da definição dos projetos e a sua amplitude é maior, vai além da análise específica de cada projeto. Vê um conjunto de empreendimentos de um território ou de um setor da economia. Ela procura ver, inclusive, os impactos acumulativos que poderão ocorrer da somatória de empreendimentos específicos”.
De acordo com o Paulo Cabral, que participa do Seminário Latino-Americano de Avaliação Ambiental Estratégica, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, a AAE não é realizada com uma idéia pré-fixada sobre possíveis potenciais da região a ser analisada.
“O ecoturismo é uma das alternativas para o uso econômico do Pantanal, é uma alternativa que já vem sendo colocada em prática e tem demonstrado que pode acontecer em equilíbrio com as dimensões sociais e ambientais da região. Mas existem outras atividades econômicas, como a pecuária e a exploração de minérios. É esse conjunto de alternativas e de ameaças que podem colocar em risco a sustentabilidade do meio ambiente (do Pantanal) que serão analisadas por meio da Avaliação Ambiental Estratégica, que vai tentar levantar um conjunto de informações, tanto da dimensão social e econômica como ambiental, procurando analisar as melhores alternativas dos recursos naturais que garantam a sustentabilidade”, argumentou.
(Por Ivan Richard, Agência Brasil, 29/08/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/08/29/materia.2006-08-29.8839753388