Os pesquisadores que estudam bugios no país ganharam uma nova esperança
contra a extinção da espécie. Há 10 dias, um filhote de bugio-ruivo
(
Alouatta guariba clamitans) nasceu em Passo Fundo, no criadouro
Primaves, uma instituição que acolhe animais abandonados.
A fêmea é proveniente de Porto Alegre e o macho foi acolhido e tratado
no zoológico da Universidade de Passo Fundo (UPF) após ter sido
atacado por cachorros. Já adaptados ao ambiente de 18 metros quadrados,
o casal conseguiu se reproduzir, o que raramente ocorre em cativeiro.
A espécie classificada como vulnerável na lista dos animais ameaçados
de extinção é mais comum nos Campos de Cima da Serra, onde ainda
existem matas de araucária.
Eles se alimentam principalmente de folhas e vegetais. Nos próximos
quatro meses, o bebê permanecerá junto à mãe, se alimentando
basicamente de leite materno. Só depois deste período é que passará a
procurar comida e ensaiará os primeiros passos. Por isso, os biólogos
responsáveis pelo Primaves ainda não conseguiram identificar o sexo do
macaquinho, que levará sete anos para chegar à fase adulta. Sob o
cuidado intenso da fêmea, responsável pela alimentação, pela proteção e
pelo aquecimento, o filhote passa bem.
No Primaves estão abrigados cerca de 67 animais, entre eles cinco
espécies de primatas e 12 de aves. O formando em biologia Luizandro
Ferrari, que cuida dos animais, considera uma vitória o nascimento do
bugio.
- A receita é conhecer a espécie, seu comportamento, e atendê-la com
carinho, dedicação e respeito - diz Ferrari.
(Por Marielise
Ferreira,
Zero Hora, 30/08/2006)