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2006-08-30
Entre as críticcas que alguns grupos fazem ao plantio de eucaplito no país está o fato de ser originário da Austrália e da Indonésia, o que o caracteriza como espécie exótica. Parecem esquecer que a maioria da alimentação dos brasileiros, bem como parte do combustível, é igualmente de origem inicial externa, adaptada ao país a partir de amostras, mudas ou sementes.

É o caso, entre outros, do arroz (que veio da Ásia), do café (Arábia), da soja (China), da cana-de-açúcar (Índia), do frango e do gado bovino (Europa e Ásia). E até o famoso coco da Bahia foi introduzido no Brasil. Uma das características mais positivas do país tem sido essa capacidade de adaptar e melhorar produtos de outras regiões. Assim, imigrantes trouzeram ao Brasil, auxiliados por técnicos e cientistas brasileiros. Antes, importávamos macças, hoje somos exportadores, trazíamos o kiwi da Nova Zelândia (embora originário da China), hoje temos o nacional, o mesmo com o morango, a laranja, a papaia, o peru e outros alimentos. Não fosse a adaptação de exóticas, teríamos dificuldade para alimentar toda a população e as exportações sofreriam forte redução (em soja, álcool, açúcar, café, frango e carne bovina soos líderes mundiais). O mesmo de pode dizer do eucalipto e de outras árvores que colaboraram com o desenvolvimento do país, permitindo produzir o papel essencial à cultura e à educação, postes, móveis e até mesmo carvão vegetal.

Hoje, no sul da Bahia e em outras regiões de plantação industrial, o plantio adequado, respeitando leis e normais ambientais, propicia a recuperação da Mata Atlântica. Foge ao bom senso exorcizar a contribuição da ciência, que adaptou espécies e permitiu melhorar nossa alimentação e criar condições para o desenvolvimento mais equilibrado.
Por Otávio Fontes, vice-presidente da Stora Enso América Latina
(Jornal do Comércio, 29/08/2006)
http://jcrs.uol.com.br/home.aspx

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