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2006-08-29
Pessoas que expõem rotineiramente ao chumbo no trabalho têm 50% mais chance de morrer de câncer cerebral do que as que não são expostas, de acordo com estudo realizado pelo Centro Médico da Universidade de Rochester. De acordo com a Sociedade Americana do Câncer, o único fator de risco conhecido anteriormente para o câncer cerebral era a radiação.

Resultados de trabalhos anteriores tentando ligar o chumbo ao câncer foram inconclusivos. Os novos dados, baseados em informação do escritório do censo americano, podem representar a maior amostra já reunida a apontar a ligação. Segundo o principal autor do estudo, Edwin van Wijngaarden, o trabalho mostra a importância de explorar os fatores de risco ambientais da doença.

"Se conseguirmos explicar a causa de 2% dos casos, será importante", disse ele. Publicado na edição de 1º de setembro da revista internacional Journal of Cancer, o estudo computa as estimativas de risco de câncer cerebral por exposição ao chumbo de uma amostra de 317.968 pessoas que responderam ao censo sobre suas ocupações entre os anos de 1979 e 1981.

Cada ocupação foi classificada em categorias estabelecidas pelo Instituto Nacional do Câncer (NCI). A matriz do NCI classifica a intensidade de exposição ao chumbo no trabalho entre 0 (nenhuma) e 3 (alta). Frentistas de posto de gasolina, por exemplo, eram considerados sob alta probabilidade de exposição nos anos 70 e 80, mas sob média intensidade, já que a gasolina com chumbo não oferecia grande potencial de contato com o corpo.

Quando Van Wijngaarden aplicou a matriz à lista do censo e verificou os casos de câncer entre as pessoas estudadas, encontrou 119 mortes por câncer do cérebro. A taxa de morte entre pessoas com empregos que apresentavam probabilidade de exposição ao chumbo foi 50% que entre pessoas sem probabilidade de exposição.
(Estadão, 28/08/2006)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/ago/28/224.htm?RSS

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