BNDES procura projetos de cana e álcool no Rio Grande do Sul
2006-08-29
Dinheiro não falta no BNDES para quem tiver projeto para cana-de-açúcar e produção de álcool
no Estado. Foi o que disse ontem (28/08) o superintendente da área de indústrias do banco,
Carlos Gastaldoni, que participou de um seminário sobre alternativas no agronegócio na
Expointer. Segundo ele, a intenção do governo federal é garantir as condições para que o Brasil
desenvolva o potencial que tem no setor. A evolução do mercado de álcool aponta para a
necessidade de cem novas usinas nos próximos cinco anos. Considerando apenas o mercado interno.
"Isso representa um crescimento de 60% sobre a produção atual", diz ele. Se o cálculo envolver
a tendência mundial de adição de etanol à gasolina, por razões econômicas e ambientais, o
potencial se multiplica: caso a média de adição seja de 10% e o Brasil abasteça metade do
volume, Gastaldoni afirma que o crescimento da produção terá que ser sete vezes maior que o
previsto. "Não teremos competidores nesse mercado. O Brasil domina essa cadeia produtiva como
ninguém, com tecnologia do campo à indústria", diz ele.
Conforme Gastaldoni, a produção de álcool no Brasil é de 15 bilhões de litros por ano, com
crescimento garantido. Não apenas interno, com a produção de carros com motores flex, mas em
função da demanda externa. Há três anos, as exportações eram de 200 milhões de litros. Agora
são de 3 bilhões.
A demanda por financiamento no BNDES acompanha o ritmo do mercado. O desembolso para projetos
de cana-de-açúcar e usinas de álcool em três anos cresceu à media de 60% ao ano. Em 2006
chegará a 80%. Foram R$ 830 milhões em 2005 e serão R$ 1,5 bilhão em 2006. O banco tem 90
clientes no setor.
(Panorama Econômico - Denise Nunes, Correio do Povo, 29/08/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp