Especialistas discutem no Rio energia a base de hidrogênio
2006-08-29
Especialistas brasileiros e estrangeiros participam no Rio de Janeiro do 1º Encontro Brasileiro de Energia do Hidrogênio. Durante o encontro, aberto ontem (28/8), estarão em debate fontes de obtenção, logística, transporte, segurança, armazenamento e formas de aplicação do hidrogênio.
O gás começa a ser utilizada de forma experimental em todo o mundo como alternativa para produzir energia elétrica capaz de abastecer indústrias, residências e inclusive movimentar veículos, com a grande vantagem de não poluir o meio ambiente.
Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia, Marco Fraga, “o mundo inteiro já está se estruturando para uma economia futura baseada totalmente no hidrogênio”.
Em entrevista à Agência Brasil, ele destacou a iniciativa brasileira no desenvolvimento de pesquisas para a utilização do hidrogênio. “O Brasil está consciente dessa transição mundial para produção de energia de fontes limpas e existem investimentos, programas em universidades e órgãos governamentais para o desenvolvimento de pesquisas”, disse.
Fraga informou que desde o início do ano passado, o Instituto Nacional de Tecnologia coordena um projeto de produção de hidrogênio a partir de etanol (álcool combustível). O trabalho, realizado em parceria com o Centro de Pesquisas Energéticas e Nucleares (CEPEN) e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), visa criar uma célula à combustível com capacidade de 5 kilowatts. Segundo Fraga, o protótipo da célula deve estar pronto em 2008.
O etanol, produzido no Brasil em larga escala a partir da cana-de-açúcar, é apenas uma das fontes de hidrogênio. Ele também pode ser obtido a partir de gás natural, do óleo diesel, do metanol, do lixo urbano e rural e da água. “Uma futura economia baseada no hidrogênio é muito mais democrática que a atual baseada no petróleo, porque permite que cada país possa utilizar seus recursos disponíveis – fontes renováveis ou fósseis – e adapte seu processo de produção de energia”, avaliou.
O pesquisador lembrou também as iniciativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceira com a empresa municipal de transportes de São Paulo, que pretendem testar, no ano que vem, ônibus urbanos movidos a hidrogênio nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
Ele ressaltou, no entanto, que pensar no hidrogênio inserido na matriz energética brasileira, usado em larga escala pela população exige ainda muitos estudos.
(Por Adriana Brendler, Agência Brasil, 28/08/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/08/28/materia.2006-08-28.3645989159