projetos eólicos e de biodiesel no Rio Grande do Sul Voltando a investir no segmento de geração de energia após cerca de nove anos, desde que seu parque gerador foi privatizado, a Eletrosul tem planos audaciosos para o futuro. A estatal estuda a implantação de projetos eólicos e de biodiesel no Rio Grande do Sul.

A empresa, que recebeu apenas em 2004 a autorização do Congresso Nacional para voltar à geração, manifesta interesse pelo potencial do Rio Grande do Sul quanto às fontes alternativas. A Eletrosul realiza atualmente medições de ventos nos municípios de Santana do Livramento, Giruá e São José dos Ausentes. "Nós temos uma vantagem competitiva nesse mercado, o Ronaldo", brinca o presidente interino da Eletrosul, José Drumond, ao elogiar a capacidade do diretor técnico da estatal, Ronaldo Custódio. Drumond assumiu o cargo após a desincompatibilização de Milton Mendes da presidência da Eletrosul e Custódio, antes de ingressar na estatal, coordenou a publicação do Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, editado pela Secretaria de Energia, Minas e Comunicações do Estado do Rio Grande do Sul, em 2002.

Custódio relata que as medições, que durarão um ano, serão concluídas até o final de 2006. "A partir daí, desenvolveremos os projetos e a meta é de que até 2007 esses projetos possam disputar mercado", adianta o diretor técnico da Eletrosul. A empresa também tem interesse em outro potencial de geração de energia presente no Estado, o biodiesel.

A Eletrosul participa de um projeto na região do Noroeste gaúcho para a produção de biodiesel. "É uma experiência nova e isso pode significar futuros estudos da Eletrosul na utilização desse combustível para gerar energia", revela Drumond. Ele argumenta que a produção do biodiesel no Brasil será feita através de grandes grupos e por pequenas e médias propriedades, como no caso da região Noroeste do Rio Grande do Sul. Segundo Drumond, a intenção da Eletrosul é realizar uma parceria com os agricultores para que eles continuem plantando alimentos e iniciem o cultivo de oleaginosas para a fabricação de biodiesel.

Custódio informa que já estão envolvidas com a iniciativa duas cooperativas de agricultores, a Cooperbio e a Biopampa. Ele destaca que a Petrobras também está participando da ação. "Provavelmente a Petrobras fabricará o biodiesel e a Eletrosul transformará em energia, mas isso é um rascunho inicial", diz Custódio.

No momento, a Eletrosul levanta informações sobre capacidades produtivas, logísticas, entre outros dados. Esse processo deverá levar cerca de um ano "Estamos analisando se é melhor implementar uma grande usina regional ou pequenos empreendimentos sub-regionais", informa Custódio.
(Jornal do Comércio, 28/08/2006)
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