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2006-08-28
O governo da Argentina lançou um plano para reativar o desenvolvimento nuclear que prevê a finalização das obras de uma central de energia que estão paralisadas, estudar a possibilidade de construir uma nova e voltar a produzir urânio enriquecido e água pesada. Os ambientalistas espernearam. O governo de Nestor Kirchner tem o desejo de impulsionar “uma produção em massa de energia núcleo-elétrica”, anunciou na quarta-feira o ministro de Planejamento Federal Julio De Vido, ao divulgar o plano ao lado do presidente, funcionários e embaixadores de países da região.

O projeto pretende ampliar a oferta de energia elétrica para a indústria a fim de atender a demanda crescente. Mas também se busca utilizar o desenvolvimento nuclear para melhorar os serviços de saúde pública, explicou De Vido. “Será apenas para usos pacíficos”, ressaltou o ministro. O surpreendente anúncio provocou a rejeição por parte de organizações ambientalistas que se opõem à reabertura de centrais nucleares representam risco de graves acidentes. Além disso, o desenvolvimento nuclear acumula lixo radioativo de difícil controle e disposição. Os ecologistas preferiram que os recursos fosse destinados ao desenvolvimento de fontes energéticas alternativas com potencial na Argentina, como a energia eólica.

O Greenpeace na Argentina divulgou um comunicado acusando o governo de “desconhecer a opinião da maioria” da população, referindo-se a uma pesquisa realizada em maio pela consultoria Mori e na qual 67% dos consultados se pronunciaram a favor de que o Estado investisse em energia eólica e outras fontes e suspendesse a atividade de centrais nucleares. Nessa pesquisa, somente 3% dos entrevistados preferiram que parte do orçamento público fosse destinado à expansão das centrais nucleares. A Fundação para a Defesa do Ambiente (Funam) já havia antecipado sua posição contrária à possibilidade de reativar a produção nuclear com novas usinas. “É descabido e inaceitável”, disse à IPS o titular dessa entidade, Raúl Montenegro, ao saber do projeto governamental.

Na Argentina, 51% da energia elétrica provêm de centrais térmicas, 42% de hidrelétricas e apenas 7% de centrais nucleares. Há duas centrais nucleares atualmente em funcionamento: Atucha I, na província de Buenos Aires, e Embalse, na província de Córdoba. Construída em 1974, Atucha I foi a primeira de seu tipo na América Latina e produz 357 megawatts. Embase entrou em funcionamento em 1984 e fornece 650 megawatts. O plano do governo é investir US$ 600 milhões no término de Atucha II, que começou a ser construída em 1981 e ficou paralisada nos anos 90.

Segundo De Vido, Atucha II, próxima de Atucha I, poderá estar pronta no final de 2010 e produzir 740 megawatts. “Este reinício das obras de Atucha II tem um significado vital para o país”, já que colocará a Argentina na liderança da produção nuclear na América Latina, disse o ministro. Mais polêmico ainda foi o anúncio de estudos sobre a construção de uma quarta central que produziria mil megawatts. O ministro não esclareceu onde seria instalada essa central, mas Montenegro já anunciou resistência à sua instalação.

“Os militares instalaram uma central nuclear sem nos consultar, porém desta vez isso não acontecerá”, alertou o dirigente ambientalista, ganhador do prêmio Nobel Alternativo 2004. Montenegro se referia a Embalse, obra iniciada pela última ditadura militar (1976-1983) na província onde fica a sede da Funam. De Vido também informou sobre o projeto de prolongar a vida útil de Embalse, que deverá deixar de funcionar em 2018. Com esse objetivo serão investidos cerca de US$ 400 milhões para adequar o velho reator e prolongar seu funcionamento até 2043.

Para abastecer as centrais atômicas, o governo colocará novamente em funcionamento uma unidade de enriquecimento de urânio na província de Neuquén, que tinha sido fechada em 1983,e outra para produzir água pesada localizada no mesmo distrito. O programa contempla, ainda, a assinatura de convênios para a formação de recursos humanos com a agência espacial norte-americana (Nasa) e para a entrega gratuita a hospitais públicos de medicamentos contra radiação elaborados em unidades da Comissão Nacional de Energia Atômica.
(Por Marcela Valente, Envolverde, 25/08/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=21742&edt=1

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