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2006-08-28
Por Amália Safatle *

Foi necessário que os recursos naturais do mundo se tornassem ameaçadoramente escassos para que a questão ambiental entrasse no radar da Economia que, diga-se, depende intrinsecamente desses ativos. Dois episódios exemplificam o fenômeno.

Na última quinta-feira, 24 de agosto, participantes lotaram um auditório da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. O motivo? Debater maneiras de relacionar fatos ambientais - como a mudança climática - a questões econômicas e a políticas públicas.

Debruçaram-se sobre o tema por horas a fio os ex-reitores da USP Jacques Marcovitch e José Goldemberg (também ex-ministro de Estado e atual secretário paulista de Meio Ambiente), o alto colegiado da FEA, cientistas, professores de diversas universidades, alunos de Economia, além de representantes de grandes empresas no Brasil.

As principais conclusões do evento foram de que a Economia não pode mais ignorar os temas socioambientais, e que não se deve mais manter os conhecimentos científico, social, econômico e ambiental em departamentos separados.

Assim, o grande desafio do ensino e das práticas privadas e públicas que se apresenta será o de unir todos os temas sob um grande guarda-chuva. Isso torna o mundo um lugar muito mais complexo de se administrar, mas parece não haver outro caminho possível.

Poucas semanas antes, a pequena cidade de Aix-en-Provence, na França, deu lugar ao Encontro de Economistas, onde se reuniram grandes nomes do mundo, além de empresários, representantes de Estado e estudantes. O tema desse ano? "Un monde de ressources rares" (Um mundo de recursos escassos).

Apelidado de "Davos com conteúdo", o encontro dos economistas de Aix-en-Provence, cidade de clima universitário e cultural, costuma ficar fora dos holofotes da mídia brasileira.

Sem pompa e direto ao ponto, a conferência funciona em um sistema que preza a simplicidade. A começar pelo fato de cada um dos participantes, seja ministro de Estado ou estudante, tem exatamente o mesmo tempo para expor suas idéias sobre o tema central: sete minutos - sem recursos midiáticos, como power point. A seguir, os temas são debatidos em grupos e chega-se a um documento final.

Neste ano, uma das principais conclusões foi de que é preciso atentar para como a crescente escassez de recursos como água, petróleo, gás e proteínas elevam os riscos geopolíticos. Além disso, ao elevar o preço dos bens naturais, a escassez prejudica principalmente os países e as populações mais pobres, agravando a má distribuição de renda mundial.

O documento concluiu que há seis temas de ação prioritária: o energético, com busca de diversificação de fontes de energia e de maior eficiência; o enfrentamento das mudanças climáticas; a adoção de novas práticas agrícolas; o uso da inovação em todos os campos da Economia e das Finanças, como o microcrédito; a maior transparência nas informações que circulam pelo mundo; e o desenvolvimento sustentável.

A discussão dá pano para mangas, pois inclui a opção da energia nuclear e dos transgênicos como alternativas para as questões energética e agrícola.

* Amália Safatle é jornalista e editora associada da Revista Adiante, primeira publicação mensal do Brasil sobre sustentabilidade que tem como proposta interligar os fatos econômicos às questões sociais e ambientais.
(Terra Magazine, 25/08/2006)
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1105708-EI6586,00.html

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