A Abrasem - Associação Brasileira de Sementes e Mudas reagiu sexta-feira (25/08) ao pedido dos produtores gaúchos para que o governo federal autorize novamente o financiamento de sementes de soja transgênicas multiplicadas nas propriedades. O presidente da Abrasem, Ywao Miyamoto, contesta a reclamação sobre a falta de sementes. Até agora, os agricultores gaúchos adquiriram 33 mil toneladas de sementes certificadas. Ainda há estoque de 100 mil t.

O presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, reinterou nesta semana que a questão não está relacionada apenas ao volume de sementes, mas a descapitalização do produtor, que estaria impossibilitado de arcar com mais este custo. Além disso, Pinheiro rejeita a legislação, na sua avaliação, extremamente favorável ao interesse da indústria sementeira. E reclama: a agricultura familiar não participou da definição da lei.

O dirigente da Abrasem alerta que uma nova Medida Provisória, permitindo as sementes ilegais, abriria um precedente para outras culturas transgênicas no país, como o algodão. De acordo com a Abrasen, a maior média de uso de sementes certificadas pelos sojicultores gaúchos, nos últimos 10 anos, chegou a 64% em 1999 e atingiu as maiores quedas em 2003 (8%) e 2004 (7%). Para Miyamoto, a solicitação fere três vezes a legislação brasileira."Eles desobedecem à Lei de Proteção de Cultivares, à Lei de Sementes Certificadas e à Lei de Biossegurança, de uma vez só."
(Correio do Povo, 26/08/2006)
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