Governo gaúcho oficializa Programa Suinogás
2006-08-26
O governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto e o secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Elmer Brack, assinam terça-feira, dia 29, às 11h, na Casa Branca do Parque de Exposições Assis Brasil, com o Instituto Tecnológico de Energia e Meio Ambiente de Canoas, o Programa Suinogás – Suinocultura Gaúcha Sustentável.
O programa tem o apoio da Unilasalle – Centro Universitário La Salle, Pro-Wind – Energias Alternativas e AEBA – Associação Educacional Brasil-Alemanha. O objetivo da iniciativa é desenvolver um sistema de tratamento dos dejetos da suinocultura e geração de energia através do biogás produzido em biodigestores na Região de São Pedro do Butiá, integrante da Associação dos Municípios da Grande Cerro Largo. Para o secretário Brack, o programa é fundamental para solucionar o grave problema de poluição do ambiente (atmosfera, solo e mananciais hídricos) produzido pelos dejetos da suinocultura, devido ao metano CH4 resultando da decomposição da matéria orgânica. “É necessário uma solução rápida e condizente com a atividade econômica do município”, afirma ele. Os suinocultores envolvidos não terão nenhum custo no desenvolvimento do programa.
O Estado assume o compromisso de viabilizar parcerias entre potenciais empreendedores e fornecer consultoria de institutos de pesquisa, dotados de conhecimento técnico específico que determinem em projetos de desenvolvimento e geração de riquezas. O projeto visa o tratamento dos dejetos, a produção de energia e o uso de biodiesel para transporte e reposição de nutrientes ao solo.
O programa envolve as seguintes etapas:
avaliação das emissões de gás metano CH4;
estudo de viabilidade técnica e econômica;
implantação de biodigestores anaeróbios;
sistema de geração de energia por biogás;
transporte dos dejetos utilizando biodiesel de gordura animal e uso do lodo estabilizado como fertilizante.
Entre os principais benefícios estão adoção de processo natural para se tratar resíduos orgânicos; redução do odor; produção de biofertilizantes, rico em nutrientes; redução no consumo de fertilizantes minerais; redução de poluição das águas; produção de combustíveis de alta qualidade e ecologicamente corretos (tanto o biogás como o biodiesel); redução na quantidade de dióxido de carbono (CO2) e de metano (CH4), gases causadores do efeito estufa e emprego do uso de biodiesel para transporte dos dejetos.
Conforme Brack, o biodiesel será empregado para fazer o transporte dos dejetos das granjas para o biodigestor e para as lavouras posteriormente. “O uso do biodiesel diminui os custos do transporte e viabiliza o projeto”, afirma. “Assim, vamos colaborar na redução das emissões de monóxido de carbono (CO) em aproximadamente 50% e de dióxido de carbono em 78,45%, elementos que poderiam comprometer o projeto”, garante.
(Com informações da Assessoria de Imprensa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 25/08/2006)
Jussara Leite Mattuela, responsável técnica pelo programa e integrante da Secretaria de Energia, informa que 70 suinocultores integrarão o projeto e já tiveram suas granjas quantificadas. No total, a geração de biogás atingirá 25.200 metros cúbicos por dia. A energia possível de ser obtida na área é de 64.386 megawatts/ano. As granjas da região serão abastecidas com sobras de energia. Ela diz que a quantidade de dióxido de carbono para ser negociado com fontes internacionais chegará a 97.351,63 toneladas/ano. “Com isso, o valor mínimo a ser recebido anualmente com a venda de créditos de carbono para organismos mundiais atingirá R$ 1,4999 milhão. Já o valor total mínimo passível de ser recebido pelo projeto chegará a R$ 7,49 milhões”, diz Mattuela. A Associação dos Criadores de Suínos da Grande Cerro Largo (ACSUCEL), presidida por Delmar Limberger, participará do projeto. “Um dos fatores importantes na implantação do programa é que os suinocultores permanecerão 100% proprietários do negócio – a empresa Suinoenergia é que desenvolverá o negócio”, afirma ela.