Entidades se mobilizam pelo IR Ecológico
2006-08-24
Representantes da Ação pelo IR Ecológico, formado por ONGs ambientais, empresas e voluntários, realizam hoje (24/8), no
auditório da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma), no Recife, encontro pela defesa de uma
lei que destine incentivos fiscais a projetos ligados à conservação e ao desenvolvimento sustentável.
"É a Lei Rouanet para o meio ambiente e vai permitir às pessoas físicas e jurídicas abater do Imposto de Renda as doações
para a área ambiental, inclusive aos fundos socioambientais de estados e municípios, uma grande conquista", explica a
secretária-executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco, Alexandrina Sobreira.
O grupo celebra, desde julho, a aprovação do substitutivo ao projeto de lei 5974/05 - e seu apenso PLS 5162/05 - que dispõe
sobre estímulos fiscais para projetos ambientais pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Câmara dos Deputados. Ele prevê que pessoas físicas e jurídicas poderão deduzir do imposto de renda devido,
respectivamente, até 80% e até 40% dos valores doados a entidades sem fins lucrativos, para aplicação em projetos de
conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
Agora, o projeto segue os trâmites normais da Casa e, antes de chegar à Plenária, passa pela Comissão de Finanças e
Tributação e pela de Constituição, Justiça e Cidadania. Se aprovado em todas as instâncias, voltará ao Senado Federal,
onde já foi previamente aprovado. O projeto estabelece também incentivos para doações ao FNMA (Fundo Nacional do Meio
Ambiente).
A proposta abre a possibilidade de benefício para outros fundos públicos ambientais habilitados pelo governo federal para tal
fim, como o Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema), criado pelo Governo de Pernambuco, e os fundos socioambientais
dos municípios.
A palestra no Recife conta com o apoio da Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane) e da
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado (Sectma). Os organizadores do movimento, que já marcou
presença nas cidades de São Paulo, Curitiba, Vitória e Salvador, explicam que a idéia é disseminar a importância da tese de
criação de mecanismos que estimulem o investimento em projetos ambientais.
"Apesar de o Brasil ser um dos países com maior diversidade biológica do mundo e das ameaças enfrentadas, o
investimento hoje é limitado", lembra Geórgia Pessoa, assessora jurídica do WWF-Brasil e coordenadora do grupo.
Segundo o censo 2004 do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), o meio ambiente aparece em nono lugar na
lista de áreas de atuação das empresas associadas.
(Por Ângelo Castelo Branco, Gazeta Mercantil, 24/08/2006)
http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=11%2c0%2c1%2c174793%2cUIOU