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2006-08-24
O Ministério Público, através da 1ª Promotoria de Justiça especializada, o Gesp (Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas), a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e a Fundação Beneficente Lucas Araújo, em reunião, firmaram compromisso para melhorar a situação do terreno da Fundação Beneficente Lucas Araújo, localizado na baixada da Bom Jesus. O local hoje é utilizado como aterro clandestino, depósito de lixo irregular de empresas de tele-entulho, de resíduos sem valor agregado, provenientes dos catadores de papel, e de fábricas de estatuetas de gesso espalhadas pelo bairro.

Nas proximidades do terreno há latas de tinta e de óleo, plásticos e utensílios domésticos. O local abriga lixo doméstico, industrial e de construção e esgoto cloacal já faz quatro anos.

De acordo com o presidente do Gesp, Paulo Fernando Cornélio, "somente a limpeza do local não resolve, é preciso antes de qualquer iniciativa educar os moradores para a questão ambiental".

Próximos do terreno ficam um banhado e o arroio São Roque, que, segundo Cornélio, já estão contaminados, prejudicam o meio ambiente e trazem problemas à saúde dos moradores, principalmente no verão, quando eles costumam tomar banho nas águas do arroio.

A fundação por cinco vezes cercou a área e demarcou o espaço com placas. Mas tudo foi roubado. A área, ao ser vendida, terá sua renda revertida para a fundação, que mantém creches e abrigos para idosos.

Na audiência pública de quarta-feira, cada entidade assumiu responsabilidades para melhorar o local, como recolhimento do lixo e educação ambiental à comunidade do bairro.

O Ministério Público expedirá ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que todas as fábricas de gesso e empresas de tele-entulho da região sejam advertidas a não despejarem resíduos no local, sob pena de responsabilização. A associação de moradores do bairro deve organizar o serviço dos catadores de papel com vistas à utilização do galpão de reciclagem que será construído no local, como aconteceu no bairro Victor Issler.

O Gesp elaborará um projeto para obter caixas de depósito de entulhos e pretende entregá-las à associação de moradores em um prazo de 30 dias. Também será estudada a possibilidade de uma parte da área ser utilizada para a prática de esportes. As entidades envolvidas devem estruturar um projeto de educação ambiental com os moradores do bairro. Nesse caso, a fundação encarregou-se de custear a elaboração de folder.

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos disponibilizará biólogos e geólogos para que, através de um estudo, descubram a melhor forma de recuperar a área degradada, recompondo a mata ciliar, que interferirá na fauna e flora da localidade.

Desapropriação
Dois dos terrenos da Fundação Lucas Araújo foram desapropriados recentemente pela prefeitura, que no local deverá construir um pavilhão para abrigar os catadores de papel. O bairro é um dos pontos de intenso número de papeleiros, que, ao separarem o material, despejam os resíduos sem valor agregado no terreno - apesar de eles não confirmarem que façam isso. A idéia é trabalhar a inclusão social dessas pessoas, para que voltem aos bancos escolares e à prática esportiva. O objetivo é criar as cooperativas de trabalho, tirando essas pessoas das ruas. A desapropriação deve ser homologada na próxima semana e custou ao município cerca de R$ 14 mil.

Personagem: Ana Maria Machado de Lima (41)
Proprietária da fábrica de estatuetas de gesso.

Há quantos anos você e sua família têm a fábrica?
Há cinco anos.

O que vocês fazem com os restos de gesso?
Nós não deixamos acumular o lixo; sempre ensacamos e levamos para o caminhão do lixo, que passa três vezes por semana.

Então vocês não depositam o lixo no terreno da fundação?
Não, fica feio jogar lá, e temos consciência de que traz problemas ao meio ambiente. Há algum tempo ajudamos a recolher lixo de um terreno próximo, juntamos mais de quatro cargas de lixo.

Quem vocês responsabilizam pelo lixo despejado lá?
Olha, você pode ir lá e ver que restos de gesso não tem. A maior parte é lixo doméstico e de restos de construção.

Onde vocês vendem as estatuetas? Dá para ganhar um dinheiro?
Vendemos no estado e em Santa Catarina, chegamos a fazer umas cem peças por dia, depois eu e a mulher saímos para vender. Ganhamos com isso uns dois salários mínimos.

Personagem: Nelson de Souza (34)
Papeleiro

Há quanto tempo você trabalha como catador de papel?
Trabalho há três anos, antes era lixeiro.

Quem vai com você?
Minha esposa e às vezes a filha mais nova, que tem quatro anos, vai junto, mas o menino fica em casa.

Que horas vocês vão e voltam para casa?
Nós vamos de tarde e viemos pra casa lá pelas 20h.

Quanto tiram por mês?
Uns R$ 200; faço isso só para não morrer de fome.

Onde separam o que serve para venda e o que vai para o lixo?
Separamos no galpão atrás de casa, daí o que não vendemos coloco nos sacos e o caminhão do lixo leva.

Então vocês não jogam lixo no terreno?
Não, deixo no saco na frente de casa, que eles levam.

Quanto vale cada material que vende?
Papelão R$ 0,13 o quilo, litro R$ 0,30 o quilo, lata R$ 0,15, papel branco R$ 0,20 e papel misto R$ 0,5.
(O Nacional, 23/08/2006)
http://www.onacional.com.br/noticias.asp?ID=674&idcat=6

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