INSTITUTO BUTANTAN IDENTIFICA 300 ESPÉCIES DE SERPENTES BRASILEIRAS
2001-10-10
O Instituto Butantan, que acaba de completar 100 anos, ainda tem grande apelo turístico em São Paulo - seu serpentário ao ar livre e o Museu Biológico, com cobras vivas de todo o mundo, recebem cerca de 500.000 visitantes por ano. Uma vez por mês, cada uma das jararacas, corais, cascavéis e surucucus da coleção viva do laboratório é ordenhada pelos técnicos, que precisam de veneno delas justamente para produzir os antídotos contra suas picadas - 80% dos soros antiofídicos fabricados no Brasil vêm do Butantan. Hoje, num mundo em que a biodiversidade é considerada um patrimônio da humanidade, o Laboratório de Herpetologia do Butantan é um hotel ofídico cinco-estrelas. Os animais vivem em caixas individuais, recebem comida na boca e passam por periódicas consultas médicas. A única contrapartida a toda a mordomia que recebem é o fornecimento de uma dose de veneno por mês. Os pesquisadores também anestesiam as cobras com gás carbônico antes da coleta, para não estressá-las. As 300 espécies de cobras, das quais 65 venenosas, estão distribuídas ao longo do território nacional, cobrindo praticamente todos os tipos de solo, são estudadas por serpentólogos, que buscam informações sobre reprodução, descrição das espécies e subespécies e a origem filogenética das serpentes. (Terra/40, outubro)